Outubro 01, 2024

Depoimento de Bolsonaro: defesa de Moro pede posição da PGR Featured

A defesa do ex-juiz Sergio Moro solicitou um posicionamento da Procuradoria-Geral da República sobre o depoimento do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, em petição protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (8). Bolsonaro prestou depoimento na PF na última quarta-feira (3), mas os advogados do ex-ministro da Justiça afirmam que o procedimento não seguiu a isonomia processual.

O pedido faz parte do inquérito que apura a denúncia de Sergio Moro de que Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal, devido a investigações sobre atos dos filhos e de outras pessoas ligadas ao presidente. Tanto o ex-ministro quanto o presidente da República já prestaram depoimento, mas a defesa de Moro alega que foram adotados dois procedimentos distintos, pois não participou do depoimento de Bolsonaro, assim como não houve presença dos representantes da PGR.

“O depoimento do Sr. Presidente da República foi colhido em audiência reservada, presidida pela autoridade policial em período noturno, sem participação desta defesa e da Procuradoria-Geral da República, em forma diversa daquela observada por ocasião das declarações prestadas pelo também investigado Sergio Fernando Moro”, aponta o documento protocolado no STF.

Os advogados do ex-ministro citam ainda “o inconformismo da defesa” com a diferença nos depoimentos e pedem que o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, encaminhe os autos à PGR para que “o órgão se posicione sobre os argumentos expendidos e sobre a regularidade do procedimento adotado pela Polícia Federal”.

Disputa longe do fim
Os envolvidos no inquérito travam uma disputa política visando as eleições de 2022. Moro ainda não fala como pré-candidato ao Palácio do Planalto, mas tem se movimentado em reuniões com partidos políticos e vai celebrar o ato de filiação ao Podemos na quarta-feira (10), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Em depoimento à PF, Bolsonaro afirmou ter recomendado a troca no comando da Polícia Federal por suspeitar de vazamento de informações sigilosas de investigações para veículos de imprensa. O presidente também afirmou que Moro havia aceitado a troca com a condição de que ele fosse indicado para uma vaga no STF.

Em nota divulgada um dia após o depoimento de Bolsonaro, Moro negou a declaração, ressaltando que nunca condicionou eventual troca no comando da PF à indicação ao STF, pois não troca "princípios por cargos".

R7
Portal Santo André em Foco

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