O presidente da República Jair Bolsonaro prometeu mostrar esquemas de desvios de recursos cometidos em governos anteriores com o dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ele, verbas destinadas para melhorias de infraestrutura no Brasil iam para outros países.
"Na próxima live minha, daqui a duas ou três semanas, levarei o presidente do BNDES para mostrar para vocês para onde ia dinheiro do Brasil no passado. Obras fora do Brasil foram concluídas. Obras fantásticas em Angola, na Venezuela, em Cuba. Em tantos outros países com ideologia de esquerda. Hoje, os recursos ficam no Brasil".
Não é a primeira vez que o presidente fala sobre possíveis desvios de verbas do BNDES em outros governos, beneficiando países ideologicamente estratégicos. Em uma das últimas menções ao tema, entretanto, em junho deste ano, ele havia recuado, avaliando que "não havia uma caixa-preta do BNDES", apenas empréstimos autorizados pelo banco e com informações disponíveis para a população.
Ferrovia
A nova promessa de mostrar irregularidades ocorreu durante a cerimônia de início das obras da Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), no município de Mara Rosa, em Goiás. A ferrovia terá mais de 380 quilômetros e a construção será realizada pela Vale, fruto da prorrogação antecipada do contrato da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), em parceria com a Valec.
Cerca de R$ 2,7 bilhões que seriam pagos em outorga à União serão investidos pela Vale na construção da Fico, no chamado investimento cruzado. A Fico vai interligar o Vale do Araguaia, região produtiva do Mato Grosso, com a Ferrovia Norte-Sul, favorecendo o escoamento da safra aos portos de Santos (SP) e de Itaqui (MA). Serão realizadas obras em 12 municípios para finalização do projeto.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, em 2025, a ferrovia deve movimentar cerca de 13 milhões toneladas úteis, gerando cerca de 116 mil empregos ao longo da concessão. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, também discursou durante o evento e elogiou a ampliação da malha ferroviária no governo atual.
“Bolsonaro é o presidente das ferrovias. O presidente que está colocando o Brasil nos trilhos. É por isso que chamam esse homem de mito”, avaliou. “A gente está conseguindo cumprir a determinação de Bolsonaro da campanha e da transição, que é colocar o Brasil nos trilhos, reequilibrar a matriz de transporte. Isso nasceu em 2019, com a ferrovia Norte-Sul. Está se desenvolvendo com o leilão da rodovia de integração Oeste-Leste. Está tomando corpo com as autorizações ferroviárias, com a MP que foi editada pelo presidente e gerou 14 pedidos de autorização com R$ 80 bilhões de investimentos a serem contratados”, detalhou.
Cargos políticos
O presidente Jair Bolsonaro disse ainda que cabe aos políticos ficar com os ministérios que têm atribuições tipicamente políticas em seu governo. “Aos cargos políticos, o político. Aos ministérios terminativos, as nossas pessoas competentes e preparadas para desempenhar essa função. É um casamento também perfeito”, declarou o presidente.
R7
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