Setembro 30, 2024

Bolsonaro desiste de indicar aliado de Barros para presidência da ANS Featured

O presidente Jair Bolsonaro desistiu de indicar o advogado Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho para o cargo de diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Atual diretor do órgão, o servidor foi chefe de gabinete do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), hoje envolvido em suspeitas de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19, quando o parlamentar era ministro da Saúde, durante o governo Michel Temer (MDB).

A retirada da indicação consta em edição extraordinária do DOU (Diário Oficial da União) publicada ao final da noite desta terça-feira (6) e vem horas antes da apreciação do nome de Rebello Filho pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado. A sabatina estava marcada para as 9 horas desta quarta-feira (7). A relatoria da indicação estava nas mãos do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso.

De acordo com a ficha de nomeação, Rebello Filho está na diretoria da ANS desde 2018. Já trabalhou nos ministérios da Saúde e da Integração Nacional e já foi conselheiro da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e da Caixa Participações.

Embora siga líder do governo na Câmara, Ricardo Barros tem pedido força na administração federal enquanto é bombardeado por denúncias de corrupção. Na semana passada, Roberto Ferreira Dias, ligado ao deputado, foi exonerado do cargo de diretor de logística do Ministério da Saúde.

A demissão foi anunciada após a Folha de S.Paulo publicar uma entrevista com Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante autônomo da empresa Davati Medical Supply, que relatou ter recebido de Dias um pedido de propina para a pasta fechar a compra de vacinas contra a covid-19.

Além da ligação com o suposto solicitador de propina, Barros está envolvido no caso Covaxin. O parlamentar é ligado à Global Gestão em Saúde, empresa com o mesmo quadro societário da Precisa Medicamentos, intermediadora no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech, produtor da vacina Covaxin.

O contrato para aquisição do imunizante, já cancelado pelo ministério da Saúde, está sob o escrutínio da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid por suspeitas de irregularidades. Barros será convocado a depor no colegiado.

Agência Estado
Portal Santo André em Foco

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