Setembro 30, 2024

'Medidas que tomei se mostraram positivas', diz Bolsonaro sobre covid Featured

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou nesta sexta-feira (18) a apoiadores no Palácio do Alvorada que, quando disse que a covid-19 seria uma "gripezinha", se referia especificamente a ele e não a todos os brasileiros. O chefe do executivo federal afirmou ainda que as todas as atitudes que tomou na Presidência, para combater o vírus, funcionaram.

"Eu fui o único chefe de estado do mundo que teve uma postura diferente dos demais. Tinha que abrir, tinha que ter o vertical, todas as medidas que eu tomei se comprovaram sendo positivas, eficazes. Quando zerei imposto de vitamina D, o pessoal criticou. A sua atividade física... O que falei, pelo meu passado, estou com 66, até que estou bem, que se pegasse, para mim, para mim, seria uma gripezinha, não para todo mundo", afirmou.

Em março de 2020, Bolsonaro disse: "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok?". Quatro dias depois, voltou a se referir à covid-19 de forma simplista: "No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão".

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil contabilizou 496.004 mortes em decorrência da covid-19 até 18h30 da última quinta-feira (17). Os casos confirmados totalizaram 17,7 milhões, com 74 mil ocorrências novas em um dia. A pasta indica ainda 16 milhões de pessoas recuperadas e 1,1 milhão em acompanhameto (internadas ou em quarentena).

"Traíras" de 2018
No início da conversa com os apoiadores, Bolsonaro ouviu críticas a governadores e prefeitos e questionou: "Quem nunca fez escolhas erradas na vida, não é? Eu escolhi um montão por ocasião das eleições de 2018, tinha uns traíras do meu lado também". Entre os aliados em 2018 estava o governador João Doria (PSDB), agora principal desafeto do presidente, e o governador afastado do Rio Wilson Witzel (PSC).

Bolsonaro também mirou na cidade de Araraquara (SP), que anunciou ontem que vai repetir o lockdown do início do ano para frear a contaminação por covid-19 na cidade. "A preocupação de São Paulo é Araraquara. É uma covardia o que o prefeito está fazendo lá. Agora, o povo reelegeu o cara, né? Não deu bola", disse.

O chefe da República explicou que "as eleições mais polarizadas são para presidente, governador... para prefeito, o pessoal não dá muita bola e deixa correr". Em seguida, voltou a criticar o fechamento das atividades econômicas para conter a pandemia.

"O vírus a gente sabe o que é ele causa, mas o desemprego, vem a depressão. Esse fique em casa e os problemas familiares, briga em casa, violência contra a criança. É uma desgraça. [...] Eu sou criado em cidade pequena, Eldorado, no interior de São Paulo, não tem necessidade de fechar", disse.

Bolsonaro ainda mirou em Doria. "Nessa viagem que eu fiz pela Bandeirantes, placares luminosos. Vários. Use máscara, sujeito a multa. O cara está multando na estrada? O cara está sozinho no carro sendo multado no carro? Então, o objetivo é arrecadar. Ele, inclusive, aumentou o ICMS de quase tudo durante a pandemia. Então, é uma covardia", explicou. A PM (Polícia Militar) de São Paulo, porém, já explicou que não há previsão de multa para quem dirigir sem máscara.

Uso de máscaras
Bolsonaro afirmou à plateia ainda que solicitou um estudo ao Ministério da Saúde sobre o uso de máscara de proteção facial por pessoas que já tenham tido covid-19 ou já tenham sido imunizados contra a doença.

"Pedi um estudo para o Queiroga... quem já foi contaminado ou vacinado está desobrigado à máscara. É o que vários estados americanos estão fazendo, países também. Se deixar, vai ficar a vida toda assim. Uma pessoa dentro do carro, com vidro fechado, já tem um problema de circulação, se ele bota a máscara. Tem algum médico aqui? O CO2 leva ao sono?", questionou.

Um apoiador, supostamente médico, respondeu: “Não muda muita coisa não”.

A diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), médica Mônica Levi, explicou que, mesmo para pessoas imunizadas, a proteção é fundamental. "Nenhuma vacina tem 100% de proteção. [...] Temos um alto risco no dia a dia de ficar infectado", afirma.

Bolsonaro vai ao Pará nesta sexta-feira para cumprir agendas políticas. Entre elas, está a cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural em Marabá (PA) e liberação da pavimentação de 102 km da Rodovia Transamazônica (BR-230/PA) e assinatura da ordem de serviço para o início das obras da ponte sobre o Rio Xingu em Novo Repartimento (PA).

R7
Portal Santo André em Foco

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