A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta terça-feira o inquérito aberto de ofÃcio pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, para investigar a conduta de procuradores, incluindo integrantes da extinta força-tarefa da Operação Lava-Jato.
Rosa determinou que a tramitação seja interrompida até que o mérito da questão seja julgado pela Primeira Turma da Corte. A decisão foi tomada em um habeas corpus apresentado ao STF pela defesa do procurador Diogo Castor de Mattos, que atuou na Lava-Jato de Curitiba. Na mesma ação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) também pediu a interrupção da investigação.
De acordo com a colunista Bela Megale, interlocutores de Martins afirmaram que o ministro poderia até determinar medidas como busca e apreensão contra procuradores.
Como O GLOBO revelou na semana passada, o inquérito cita nominalmente seis procuradores como alvos iniciais da investigação, com base apenas em notÃcias publicadas na imprensa e em informações de uma entrevista dada pelo hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela invasão dos celulares de procuradores e vazamento das mensagens do Telegram.
Martins coloca como um dos alvos a subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen, uma das mais experientes do Ministério Público Federal na área criminal. Também estão na mira o procurador regional Eduardo Pelella, que foi chefe de gabinete do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, e os ex-membros da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba: Januário Paludo e Orlando Martello Júnior (procuradores regionais), Deltan Dallagnol e Diogo Castor de Mattos.
Detalhes da investigação indicam ainda que Martins quer investigar as razões pelas quais ele e seu filho, o advogado Eduardo Martins, foram delatados pelo ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, cuja negociação teve inÃcio na força-tarefa de Curitiba.
O Globo
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