O novo ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, afirmou, em nota, que o período da ditadura militar serviu para "pacificar o país" e deve ser celebrado. Braga Netto disse que, na época, as Forças Armadas enfrentaram "desgastes para reorganizar o Brasil e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos". O texto foi divulgado em alusão aos 57 anos do golpe de 31 de março de 1964.
"As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos", diz Braga Netto no texto.
"O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março", afirmou em outro trecho.
O ministro relembrou a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, dizendo que ela "consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia".
"Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura", escreveu.
Braga Netto afirmou, ainda, que "o cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias".
"As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população. A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País."
O colégio de líderes do Senado avaliará, na segunda-feira, um requerimento de Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que convida Braga Netto a prestar esclarecimentos no parlamento sobre as mudanças na pasta. Alessandro Vieira quer que o novo ministro explique se a mudança na pasta ocorreu para que o ministério, que buscava se manter a certa distância da política, tenha uma postura alinhada com o governo, o que levaria as Forças Armadas a realizarem política de governo, em vez de política de Estado. Pacheco diz que o convite será apreciado pelo colégio de líderes e, se houver consenso, será levado ao plenário.
O Globo
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