Outubro 04, 2024

Pazuello diz que fica no cargo enquanto Bolsonaro busca 'reorganizar' Ministério da Saúde Featured

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira (15) durante entrevista coletiva que permanecerá no Ministério da Saúde enquanto o presidente Jair Bolsonaro faz "tratativa de reorganizar" o ministério.

Pazuello disse que não pedirá demissão. "Não é da minha característica. Não vou pedir para ir embora", declarou. De acordo com o ministro, se haverá substituição, cabe ao presidente decidir.

"Não estou doente. não pedi para sair", declarou Pazuello. Segundo ele, o cargo é do presidente da República e existe a possibilidade de deixar o posto desde que assumiu. "O presidente, sim, está pensando em substituição, está avaliando nomes", declarou.

O ministro disse que se reuniu com Bolsonaro e com Ludhmila Hajjar, médica que não aceitou substituí-lo no ministério em razão de falta de "convergência técnica" com o presidente.

"Nós estamos num momento em que é preciso colocar também. ‘Ministro Pazuello vai ser substituído?’ Um dia sim. Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal. Eu não estou doente. Eu não pedi para sair e nenhum de nós, no nosso Executivo, está com problema algum. Nós estamos trabalhando focados na missão. Quando o presidente tomar a sua decisão, faremos uma transição correta, como manda o figurino", declarou Pazuello.

Terceiro ministro
Em pouco mais de um ano, já passaram pela pasta os médicos Luiz Henrique Mandetta – que assumiu o posto no início do governo Jair Bolsonaro – e Nelson Teich, que nem chegou a passar um mês como ministro.

General do Exército, Pazuello foi nomeado secretário-executivo do Ministério da Saúde por Nelson Teich em abril de 2020, segundo cargo mais importante na gestão da pasta. Com a saída do "chefe", Pazuello passou três meses como ministro interino e só foi efetivado no cargo em agosto.

Desde então, o militar foi responsável por comandar as negociações do governo brasileiro para a compra de vacinas contra a Covid-19. O agora ex-ministro é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão no socorro ao colapso do sistema de saúde no Amazonas.

No período à frente da pasta, Pazuello se envolveu ainda em outras polêmicas, como a recomendação reiterada de remédios sem eficácia para um suposto "tratamento precoce" da Covid-19; a má-gestão dos kits de testagem e a demora em celebrar contratos com os laboratórios produtores de vacina em todo o mundo (veja detalhes abaixo).

Investigado no STF

A Polícia Federal abriu em janeiro um inquérito para investigar a conduta de Pazuello na crise sanitária do Amazonas. A autorização foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.

No colapso do estado, em janeiro, pacientes morreram pela falta de oxigênio medicinal nos hospitais e muitos tiveram de ser transferidos para receber atendimento médico em outros estados. Pazuello já foi ouvido pela PF e o inquérito tramita sob sigilo.

A gestão do ministro também é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou ilegalidade no uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para o fornecimento de cloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19. O medicamento não tem efeito contra o vírus.

Em despacho, o ministro Benjamin Zymler afirmou que o fornecimento do medicamento para tratamento não tem comprovação científica e que o remédio — utilizado no tratamento da malária — só poderia ser fornecido pelo SUS para uso contra a Covid-19 se houvesse autorização da Anvisa ou de autoridades sanitárias estrangeiras, o que não ocorreu.

G1
Portal Santo André em Foco

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