Outubro 03, 2024

Bolsonaro se reúne com CEO da Pfizer e governo anuncia 14 milhões de doses até junho

O presidente Jair Bolsonaro reuniu-se nesta segunda-feira com o diretor-executivo mundial da Pfizer, Albert Bourla, e pediu a antecipação do cronograma de entrega das vacinas da empresa contra a Covid-19. O governo federal ainda não assinou contrato com a Pfizer, mas já formalizou a intenção de comprar 100 milhões de doses.

Na reunião, Bolsonaro afirmou que gostaria de fechar o contrato pela "agressividade que o vírus tem se apresentado no Brasil".

— Quero apenas agradecer a gentileza desse encontro. Reconhecemos a Pfize como uma grande empresa mundial, com grande espaço no Brasil também. Em havendo, repito, possibilidades, nós gostaríamos de fechar contratos com os senhores até pela agressividade que o vírus tem se apresentado no Brasil — disse o presidente, em trecho publicado em seus redes sociais.

Após a reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e Airton Soligo, assessor especial do Ministério da Saúde, informaram que Bolsonaro pediu a antecipação de entrega de cinco milhões de doses para o primeiro semestre, o que teria sido aceito. Segundo Soligo, conhecido como Cascavel, a previsão de entrega de imunizantes no primeiro semestre vai passar de nove milhões para 14 milhões.

— O que o presidente da Pfizer garantiu ao presidente Bolsonaro hoje? A antecipação de cinco milhões, do segundo semestre, para maio e junho. Ou seja, dos nove milhões que nós tínhamos previsto, se incorporarão mais cinco milhões de doses, passando para 14 milhões — afirmou Cascavel.

Também houve o pedido de antecipação de doses que estavam previstas do último trimestre para o penúltimo, mas o número ainda não está fechado.

— A grande maioria estavam em outubro, novembro e dezembro. O presidente disse que fará um esforço para que esse do último trimestre seja antecipado para o terceiro trimestre — relatou o assessor.

Em nota divulgada após o encontro, a Pfizer não confirmou o acordo e afirmou somente que "espera seguir avançando para o fornecimento de sua vacina contra a COVID-19 para apoiar o governo brasileiro na preservação da saúde da população brasileira."

Acordo 'está fechado'
Na semana passada, o governo federal publicou, no Diário Oficial da União (DOU), um aviso de dispensa de licitação para comprar 100 milhões de doses da Pfizer e 38 milhões de doses da vacina da Janssen — outro contrato que ainda não foi assinado.

Segundo Paulo Guedes, o acordo já está fechado com a Pfizer, e agora só falta a assinatura.

— Esse foi o acordo entre o presidente da República e o presidente da Pfizer. Está fechado, agora eles vão escrever, assinar.

Guedes e Cascavel relataram que Bolsonaro pediu a Bourla um aumento no número total de doses, caso haja disponibilidade, e que o diretor-executivo se comprometeu a analisar o pedido.

— Ele se comprometeu a olhar para essa expansão potencial, da mesma forma que eles vão aumentar para todo mundo. A produção está aumentando, vão aumentar para todo mundo, então vai olhar com carinho também para futuros aumentos na produção para o Brasil — disse o ministro da Economia.

A negociação com a Pfizer se arrasta desde o ano passado. Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, criticaram algumas das cláusulas exigidas pela empresa, como a não responsabilização de eventuais efeitos colaterais, e reclamaram também da previsão de entrega das primeiras doses, considerada pequena.

Guedes afirmou nesta segunda que o número de doses oferecidas atrapalhou e disse que "os dois lados demoraram", mas defendeu "olhar para a frente":

— Claramente nessa negociação anterior com a Pfizer o problema de escala foi sério. Os dois lados reconhecem isso. Não fazia sentido 100 mil doses, 200 mil doses. Isso não é número para um país como o Brasil. O Brasil o tempo inteiro pedindo escala e ao mesmo tempo eles pedindo exigências. Os dois lados demoram um pouco na negociação. Mas nós temos que olhar para a frente.

Participaram da reunião, além de Guedes, os ministros Braga Netto (Casa Civil), José Levi Mello (Advocacia-Geral da União), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também estava presente. Pazuello está no Rio de Janeiro.

O Globo
Portal Santo André em Foco

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