Outubro 04, 2024

Em resposta ao STF, Bolsonaro nega omissão em combate ao desmatamento na Amazônia Featured

O presidente Jair Bolsonaro comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seu governo não se omitiu no combate ao desmatamento da Amazônia. O documento foi entregue em resposta a um despacho da ministra Cármen Lúcia, que requereu informações do Planalto. Ela é relatora de uma ação apresentada em agosto de 2019 em que o partido Rede Sustentabilidade acusa o governo de omissão e mostra dados que revelam o aumento do desmatamento. Apesar de o caso ter chegado ao STF há mais de um ano, só há alguns dias que Cármen Lúcia deu um despacho determinando que a Presidência da República se manifestasse.

O documento é assinado por integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU), que apontam ações de órgãos como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério da Agricultura e o Conselho Nacional da Amazônia Legal, criado neste governo, para mostrar que há sim ações de combate o desmatamento na Amazônia.

Foi anexado um documento do MMA listando as ações desenvolvidas. Destacou, por exemplo, que o Departamento de Florestas da Secretaria de Biodiversidade elaborou um plano de trabalho para 2019 e 2020 com ações para a prevenção e controle do desmatamento na Amazônia Legal e no cerrado. Informou também que o Ibama e o ICMBio, órgãos vinculados à pasta, desenvolveram algumas ações. O ICMBio, por exemplo, teria contratado brigadistas para continuar ações de prevenção nas unidades de conservação ambiental.

O documento do MMA é de agosto o ano passado e foi elaborado pouco depois de a Rede apresentar a ação. Mas foi enviado só agora ao STF porque o despacho da ministra Cármen Lúcia foi dado há poucos dias. Também foram anexados documentos elaborados pelo Ministério da Agricultura, pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, que é comandado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, e pelo Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

"Resta demonstrado, portanto, diante de todos os dados técnicos apresentados, que não há como se afirmar ter havido inércia do Presidente da República, de modo a se lhe imputar providência administrativa que ainda não tivesse sido por ele adotada e que poderia ser judicialmente suprida, muito menos inércia normativa, a ensejar a via do controle de constitucionalidade por omissão. Importante ainda destacar que as ações ambientais não possuem prazos estabelecidos na Constituição Federal, bem como que a Administração Federal está a adotar múltiplas providências voltadas à proteção do meio ambiente", diz trecho do documento enviado por Bolsonaro.

Mesmo alegando não haver omissão, o governo também argumenta questões técnicas para refutar a ação. A Rede apresentou o que é chamado de "ação direta de inconstitucionalidade por omissão". Mas, segundo o governo federal, esse não é o processo adequado para analisar a questão suscitada pelo partido.

"Admitir que possa o Poder Judiciário, em sede de controle concentrado de constitucionalidade [a ação direta de inconstitucionalidade por omissão], determinar a adoção de tal ou qual medida concreta não prevista diretamente na Constituição, seria o mesmo que repassar a esse Poder a discricionariedade própria do Poder Executivo em termos de escolha de políticas públicas, representando uma clara violação ao princípio da separação dos Poderes", diz trecho do documento.

R7
Portal Santo André em Foco

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