Durante período de férias no litoral catarinense, entre pescas e mergulhos, o presidente Jair Bolsonaro manteve articulações políticas e iniciou uma costura para viabilizar alianças em 2022. As primeiras tratativas para a reeleição do presidente ocorrem no estado que mais apostou na sua candidatura dois anos antes. A estratégia foi evidenciada durante um jantar oferecido por Bolsonaro em São Francisco do Sul, na segunda-feira, com a presença de políticos e empresários, como Luciano Hang, dono da Havan, o apresentador Ratinho, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o senador Jorginho Mello (PL-SC), do centrão.
No encontro, organizado pelo secretário da Pesca, Jorge Seif Jr., Bolsonaro voltou a criticar governadores no combate ao novo coronavírus, citou o uso de máscara de proteção como uma escolha individual de cada um — da qual ele e sua equipe não fazem uso desde que o presidente contraiu e se curou da doença — e tentou justificar a sua aproximação com partidos do centrão no Congresso.
De acordo com participantes do jantar, que ocorreu no Forte Marechal Luz, onde Bolsonaro está hospedado desde o último sábado, o clima foi de descontração e simplicidade, como é característico do presidente. Foram convidadas cerca de 30 pessoas. No cardápio, foram servidos frutos do mar da região na brasa.
A lista de presentes incluiu uma potencial aliança bolsonarista para Santa Catarina em 2022, que deve contar com o senador Jorginho Mello (PL) para o governo, Jorge Seif Jr. (PL) para o Senado e Coronel Armando (PSL) para a reeleição na Câmara. Inicialmente, Coronel Armando queria tentar uma vaga no Senado, mas o deputado sinalizou aos aliados que está disposto a abrir mão por Seif Jr., aliado próximo de Bolsonaro.
Segundo um participante, o presidente também tentou prestar esclarecimentos do porquê se aproximou do centrão nos últimos meses, alegando que é uma questão de governabilidade e que as indicações políticas seguem critérios técnicos. Ninguém, de acordo com ele, pode pisar fora da linha. Um dos convidados chegou a brincar que é um “centrão com compliance”.
Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica para a Covid-19 e disse estar apreensivo com o fato de nem todos os governadores utilizarem kits para tratamento precoce da doença (que também não são cientificamente comprovados). De acordo com ele, alguns governadores “criam dificuldade” para que a população tenha acesso aos fármacos.
Apesar das quase 190 mil mortes devido ao novo coronavírus no Brasil, Bolsonaro alegou que recomenda os remédios porque usou os medicamentos quando contraiu a doença e se curou. Afirmou, ainda, que foi “mal interpretado” quando chamou a pandemia de "gripezinha" e que estava falando apenas dele mesmo devido ao seu “histórico de atleta”.
Ele também reforçou que a população deve decidir se vai se vacinar ou não contra a Covid-19 quando o imunizante for disponibilizado.
Outro tema do jantar foi a portaria 445, que lista uma série de espécies de peixes e invertebrados ameaçados de extinção que devem ser protegidos. No encontro, Bolsonaro disse que poderia extinguir a portaria com uma canetada, mas depois foi alertado por Seif Jr. que não é tão simples assim, pois cada espécie precisa ser avaliada separadamente para ter um plano de recuperação.
G1
Portal Santo André em Foco
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