A troca de Marcelo Álvaro Antônio por Gilson Machado no ministério do Turismo foi a 15ª alteração na equipe ministerial de Jair Bolsonaro, e novas mudanças estão no horizonte para o próximo ano no âmbito das negociações políticas do governo com o centrão. Conforme revelado pelo GLOBO, o governo tem colocado nas conversas com deputados a possibilidade de ceder vagas na Esplanada em troca de apoio a Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara.
Uma vaga no primeiro escalão, inclusive, será aberta com a saída no final deste ano de Jorge Oliveira da Secretaria-Geral para assumir uma vaga de ministro no Tribunal de Contas da União. O almirante Flávio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos, era favorito, mas foi avisado pelo presidente que deve continuar na função atual. Assim, aliados de Bolsonaro acreditam que a cadeira possa ser usada na composição política.
Segundo auxiliares de Bolsonaro, parlamentares pediram a recriação do Ministério do Esporte, que seria oferecido ao grupo formado por PSL, PTB e PROS. O bloco soma 62 deputados e, caso conquistasse a pasta, sairia da alçada do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para apoiar Lira. Se o acordo for selado, o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), que hoje integra o grupo de Maia, mudaria de lado.
Onyx entra na mira
Partidos do centrão sinalizaram a interlocutores de Bolsonaro haver interesse também no Ministério da Cidadania, comandado hoje pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O atual titular da Cidadania, aliás, é um dos ministros que já foi trocado. Lorenzoni deixou a Casa Civil no início do ano, sendo substituído pelo general Braga Netto, e entrou na mira de Bolsonaro porque o presidente acredita que o auxiliar está mais preocupado em tocar seu projeto político de se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul em 2022.
As negociações políticas, porém, ainda estão pouco avançadas. Integrantes do Planalto observam que até a semana passada trabalhava-se com um cenário de enfrentar o próprio Maia na disputa. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o impediu de disputar o pleito, a avaliação é que a candidatura de Lira se fortaleceu e, assim, as concessões desaceleraram.
Além da Casa Civil, Bolsonaro promoveu neste ano duas trocas na pasta da Saúde, ambas durante a pandemia da Covid-19. Após a saída de Luiz Hernique Mandetta e a rápida passagem de Nelson Teich, Eduardo Pazuello foi efetivado. Também houve duas trocas na Educação este ano. Abraham Weintraub deixou a pasta após a divulgação de um vídeo no qual fazia ataques ao STF. Carlos Decotelli foi nomeado, mas nem chegou a tomar posse após terem sido apontadas fragilidades em seu currículo. Milton Ribeiro é o atual titular.
Outra mudança de impacto foi a saída de Sergio Moro do governo. Ele deixou o ministério da Justiça em abril acusando Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal (PF), levando inclusive a abertura de um inquérito no STF sobre o tema. André Mendonça assumiu a pasta, deixando a Advocacia-Geral da União.
A primeira baixa ministerial ocorreu com menos de dois meses de gestão. Coordenador da campanha presidencial em 2018, Gustavo Bebianno foi demitido após ter atritos com Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente. Bebianno morreu em março deste ano.
G1
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