Outubro 04, 2024

'Me inclua fora dessa', brinca Bolsonaro sobre retirada de estados e municípios da reforma da Previdência Featured

Apesar de o relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), ter retirado o regime de capitalização do seu parecer , apresentado nesta manhã na Comissão Especial que discute a matéria, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o governo vai lutar para mantê-lo no texto.

Por esse sistema, cada trabalhador contribuiria para sua própria aposentadoria. A iniciativa é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como forma de dar sustentabilidade ao pagamento de aposentadorias, mas encontra forte resistência de parlamentares.

Depois de participar de evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro foi questionado se ficou satisfeito com o relatório "desidratado" de Moreira. Segundo o deputado, a economia nos gastos públicos com a reforma da Previdência caiu para R$ 915 bilhões em dez anos. A versão original da reforma, enviada pelo presidente em fevereiro, previa uma economia de R$ 1,2 trilhão em uma década

- Olha só, a gente quer que desidrate o menos possível, né? Nós queremos aprovar a reforma da Previdência. O que o Parlamento fizer, nós obviamente acataremos e é sinal que ele descobriram que tem coisas que podem ser alteradas. E vamos aceitar, obviamente - declarou.

Ao ser indagado sobre a retirada da capitalização, ele disse que essa "é outra coisa".

- Nós já apresentamos nossa proposta, nós não somos os donos das leis, né? Mesmo medida provisória, que tem efeito imediato, depois de algum tempo pode ser alterada e até rejeitada. Então a capitalização interessa. Gostaríamos que você mantida a capitalização e vamos lutar neste sentido - afirmou o presidente.

Em entrevista à "Rádio Gaúcha" na manhã desta quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que, embora respeite o trabalho do relator, não concorda com esta ideia. E vai trabalhar pela capitalização.

Quando foi questionado se o vai tentar devolver estados e municípios, também retirados do relatório apresentado nesta quinta, por meio de apresentação de emendas, Bolsonaro disse se tratar de "uma briga mais interna" e pediu para ser incluído "fora dessa", em tom de brincadeira.

- Mas parece que é uma tendência do Parlamento tirar estados e municípios. O que chega para mim aqui é que alguns governadores querem aprovar a reforma da Previdência, mas de modo que seus deputados votem contra. Não querem sofrer algum desgaste. Toda batalha algum desgaste tem. Por mais que governadores pensem dessa maneira, parece que há uma tendência de os parlamentares tirarem estados e municípios e daí o governador vai ter seu desgaste dentro do próprio Estado - justificou.

Segundo o presidente, no entanto, a reforma não ficará inócua sem a inclusão de servidores estaduais e municipais, prevista no texto original. Ele disse que, "logicamente", é preciso olhar para todos os entes federados, mas voltou a ressaltar que "uma parte considerável ou alguns governadores não entendem desta maneira". Desta forma, portanto, o desgaste vai para eles.

- A economia que o Paulo Guedes fala é no tocante à área federal. Os Estados sabem onde aperta o seu calo, os municípios também. E a maioria deles está com problemas. Vão ter que fazer uma reforma e poderiam somar-se a nós, mas parece que eles não querem. Se este é o sentimento deles, se este é o sentimento dos parlamentares, que seja feita a vontade deles, né? - afirmou Bolsonaro.

O Globo
Portal Santo André em Foco

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