Setembro 29, 2024

PGR informará ao Supremo que concorda com prorrogação de inquérito sobre Bolsonaro Featured

A Procuradoria Geral da República (PGR) enviará um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para informar que é favorável à prorrogação do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia Federal.

O inquérito foi autorizado pelo STF em 27 de abril, três dias após o então ministro da Justiça, Sergio Moro, ter anunciado a demissão do cargo. Na ocasião, Moro disse que Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o então diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo. Bolsonaro nega a acusação.

A PF pediu na semana passada a prorrogação do inquérito, e o ministro Celso de Mello, relator do caso no STF, pediu à PGR que se manifestasse sobre o tema.

O pedido de prorrogação foi feito pela delegada Christiane Correa Machado, que conduz o caso na PF. Entre outras diligências pendentes, a PF argumenta que "mostra-se necessária a realização" do depoimento de Bolsonaro.

Com a manifestação da PGR, caberá ao ministro Celso de Mello decidir se prorroga ou não as investigações.

No parecer, o procurador-geral da República, Augusto Aras, não trata diretamente do depoimento de Bolsonaro, mas concorda com as diligências já determinadas pela PF.

Inquérito
O inquérito que investiga se Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal foi aberto há pouco mais de um mês, no dia 27 de abril, por decisão do ministro Celso de Mello.

Celso Mello atendeu a um pedido da PGR, que solicitou as apurações sobre as acusações de Moro.

O primeiro a ser ouvido no inquérito foi o próprio Moro, no dia 2 de maio. No depoimento, o ex-ministro citou como prova da interferência do presidente a reunião ministerial de 22 de abril, no Palácio do Planalto. O conteúdo da reunião se tornou público no último dia 22 de maio.

A pedido da Procuradoria-Geral da República também foram ouvidos três ministros, uma deputada e policiais federais.

Vídeo
No vídeo da reunião, divulgado por decisão do ministro Celso de Mello, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tentou "trocar gente da segurança" no Rio de Janeiro.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira".

Segundo Moro, Bolsonaro se referia à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O presidente, por sua vez, disse que se referia à segurança pessoal dele, cuja responsabilidade é do Gabinete de Segurança Institucional.

Como mostrou o Jornal Nacional, contudo, em vez de demitir o segurança no Rio, Bolsonaro o promoveu.

G1
Portal Santo André em Foco

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