Outubro 02, 2024

Investigadores querem ouvir Maurício Valeixo, ex-diretor geral da PF, na próxima semana Featured

Investigadores que atuam no inquérito que apura interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal querem ouvir o ex-diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, na próxima semana. A ideia, segundo o blog apurou, é ouvi-lo já na segunda-feira (11), em Curitiba.

Como a equipe de procuradores que auxilia o procurador-geral, Augusto Aras, nos trabalhos do inquérito e acompanha os depoimentos das investigações terá de se deslocar de Brasília para Curitiba, os depoimentos dos ministros da ala militar do governo devem ficar para depois de Valeixo.

Valeixo foi o pivô da saída de Moro do governo. Bolsonaro queria tirar do posto o então diretor-geral da PF desde agosto, mas Moro reagiu. Valeixo era um nome escolhido por Moro, e o ex-ministro ameaçou deixar o governo se Bolsonaro tirasse Valeixo.

Em agosto, o presidente recuou. Em abril, voltou ao tema e comunicou a Moro que faria a troca. Sem concordar, o ex-juiz da Lava Jato pediu demissão após Valeixo ser exonerado e relatou durante pronunciamento de sua demissão que o presidente fez a troca porque queria interferir politicamente na Polícia Federal.

Com base em seu pronunciamento, a PGR pediu a abertura de um inquérito ao STF.

Os relatos estão em investigação, e o caso está sob relatoria do ministro Celso de Mello. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro depôs no inquérito no último sábado (2).

Agora, para investigadores, é crucial ouvir ministros do Planalto - General Heleno (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência), General Ramos (Secretaria de Governo) e General Braga Netto (Casa Civil) - sobre as acusações de Moro, além de Valeixo.

Vídeo de reunião com Bolsonaro
Os investigadores também estão na expectativa da entrega do vídeo da reunião em que Bolsonaro teria falado na interferência política na PF, o que corroboraria a declaração de Moro. Na terça-feira (5), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello deu 72 horas para o governo entregar as gravações da reunião citada por Moro.

Segundo o blog apurou, o Planalto teme a divulgação do vídeo por ser, além de uma prova, algo “constrangedor” para o presidente. Nesta quinta, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao ministro Celso de Mello autorização para entregar à Corte somente parte das gravações da reunião.

Segundo fontes ouvidas pelo blog, na reunião, foram tratados temas que vão além da interferência política na PF, o que exporia ainda mais a maneira como presidente se porta perante o combate ao coronavírus, minimizando os efeitos da pandemia. Isso geraria exposição negativa para o governo federal.

G1
Portal Santo André em Foco

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