Outubro 01, 2024

Ato virtual de 1º de Maio exibe em redes sociais mensagens gravadas de políticos e ex-presidentes Featured

Em um ato virtual conjunto para celebrar o Dia do Trabalhador, as principais centrais sindicais exibiram nesta sexta-feira (1º) em redes sociais mensagens gravadas por ex-presidentes da República e políticos de vários partidos.

Tradicionalmente, a data é marcada por eventos e shows que costumam reunir presencialmente grande público. Neste ano, porém, isso não foi possível em razão da necessidade de se evitar aglomerações e manter o distanciamento social, como forma de conter a disseminação do novo coronavírus.

A transmissão nas redes sociais durou mais de seis horas e intercalou mensagens de políticos com apresentações de artistas e discursos de sindicalistas.

O ato contou com a participação de vários músicos, como Leci Brandão, Odair José, Zélia Duncan e Roger Waters, ex-Pink Floyd.

Batizado "1º de Maio solidário: um novo mundo é possível", o evento foi organizado de forma conjunta por Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Intersindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Pública Central do Servidor e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O tom dos discursos políticos foi de união para o enfrentamento à pandemia e de críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

Em sua mensagem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que “não é hora de nos desunirmos”.

“É hora de nos juntarmos porque temos que construir um futuro. E o futuro tem que ser construído a partir das condições do presente. São negativas, eu sei, mas são as que nós temos”, disse.

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “a tragédia do coronavírus expôs à luz do sol uma verdade inquestionável: o que sustenta o capitalismo não é o capital. Somos nós, os trabalhadores”.

“As grandes tragédias são também reveladoras do verdadeiro caráter das pessoas e das coisas. Não me refiro apenas ao deboche do presidente da República com a memória de mais de 5 mil brasileiros mortos pelo covid. A pandemia deixou o capitalismo nu”, declarou.

A ex-presidente Dilma Rousseff também enviou vídeo em que afirmou que, “se o presidente [Bolsonaro] despreza a vida, e dá de ombros, dizendo ‘E daí?’, nossa busca determinada por mudanças mostrará a ele que o povo brasileiro vai impor sua vontade e retomar o caminho da justiça social e do desenvolvimento do país”.

“Irresponsavelmente, Jair Bolsonaro desdenha da doença, zomba dos mortos e avilta a cadeira de presidente da República. No Palácio do Planalto, hoje está um líder político que não se envergonha de promover a desordem e a destruição da ordem democrática, apoiando protestos contra as instituições da República”, disse Dilma.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou que, nos últimos anos, "houve um ataque à Justica do Trabalho", com uma "reforma trabalhista absolutamente infeliz" e que agora "o mundo todo passará por uma discussão de uma sociedade mais fraterna".

Em um vídeo gravado para o ato, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), apontou três eixos de uma agenda prioritária.

"Um deles é a temática do combate ao coronavírus. O segundo eixo envolve a necessidade de preservação e ampliação dos serviços públicos, como o SUS [Sistema Único de Saúde]. O terceiro é a defesa da economia brasileira”.

Também enviaram mensagens os presidentes de alguns partidos políticos, como Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Lupi (PDT), Paulo Pereira da Silva (Solidariedade), Luciana Santos (PCdoB) e José Luiz Penna (PV).

Ex-presidenciáveis, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), o ex-ministro Fernando Haddad (PT) e a ex-ministra Marina Silva (Rede) também deram seu depoimento.

“Desejo que este 1º de Maio, apesar de tanta aflição e angústia, ajude a levantar o nosso querido povo brasileiro e possamos ser capazes de organizar essa luta e reconquistar os nossos direitos”, disse Ciro Gomes.

Na avaliação de Haddad, as conquistas dos trabalhadores foram atacadas nos últimos anos. “Nossa tarefa é resistir mais uma vez e impedir os retrocessos”, declarou.

Para Marina Silva, este é o 1º de Maio "mais difícil do século”.

“É fundamental que estejamos unidos em torno daquilo que é essencial: a defesa da vida, a proteção dos direitos e a defesa da democracia. (...) Que não se permita que qualquer governo com delírios autoritários queira retomar processo de ditadura”, afirmou.

Foram exibidas ainda mensagens da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ).

Bolsonaro
Neste 1º de Maio, o presidente Jair Bolsonaro recebeu pela manhã na residência oficial do Palácio da Alvorada a visita de agricultores que agradeceram pela edição da medida provisória 957.

A MP destinou R$ 500 milhões ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), destinado a promover acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar

Bolsonaro falou sobre o 1º de Maio a pedido da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que fazia um vídeo ao vivo durante a visita dos agricultores. Ela pediu ao presidente que mandasse uma mensagem sobre a data.

"Eu gostaria que todos voltassem a trabalhar, mas quem decide isso não sou eu. São os governadores e prefeitos, está certo? Então, um bom dia a todos. O Brasil é um país maravilhoso. Tenho certeza que tendo Deus acima de tudo brevemente voltaremos à normalidade", disse o presidente.

A Secretária de Comunicação do Palácio do Planalto informou que não havia previsão de pronunciamento oficial do presidente em alusão ao Dia do Trabalho.

Em 2019, Bolsonaro fez pronunciamento em rede nacional de rádio e TV. Na ocasião, afirmou governo tem compromisso com a "plena liberdade econômica".

G1
Portal Santo André em Foco

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