Novembro 23, 2024
Arimatea

Arimatea

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) autorizou a quebra de sigilo do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro , e do ex-policial militar Fabrício Queiroz . O pedido foi feito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, autorizado em 24 de abril de 2019 e mantido em sigilo até este momento.

Além do afastamento de sigilo de Flávio e seu ex-assessor Queiroz, também terão suas informações bancárias averiguadas a mulher de Flávio, Fernanda Bolsonaro, a empresa de ambos, Bolsotini Chocolates e Café Ltda, as duas filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn, e a mulher do ex-assessor, Marcia.

A quebra de sigilo bancário foi autorizada no período que vai de janeiro de 2007 a dezembro de 2018. A Justiça também autorizou a quebra do sigilo fiscal dos investigados, entre 2008 e 2018. A decisão é de autoria do juiz Flávio Nicolau, que afirmou, no documento, que o afastamento é "importante para a instrução do procedimento investigatório criminal" instaurado contra os investigados.

A quebra se estende não só a Flavio, Queiroz e seus respectivos familiares e empresa, mas também a outros 88 ex-funcionários do gabinete, seus familiares e empresas relacionadas a eles. Entre eles também estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, tido pelo Ministério Público do Rio como o homem-forte do Escritório do Crime, organização de milicianos suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco. O ex-policial, hoje foragido, é acusado há mais de uma década por envolvimento em homicídios. Adriano já foi homenageado por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) .

Há indícios de que houve no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alej) a chamada “rachadinha” — prática de servidores devolverem parte dos salários aos deputados. Em fevereiro deste ano, o próprio Queiroz confirmou, em depoimento por escrito, que servidores do gabinete de Flávio devolviam parte do salário e que esse dinheiro era usado para ampliar a rede de colaboradores junto à base eleitoral do então deputado. O hoje senador Flávio nega que a "rachadinha" tenha ocorrido em seu gabinete.

Em nota, Flávio Bolsonaro diz que não fez nada de errado e que "a verdade prevalecerá" . E afirma que que não será usado para que atinjam o governo do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro.

O advogado Paulo Klein, que defende Fabrício Queiroz e sua família, informou que recebeu a notícia com tranquilidade, "uma vez que o sigilo bancário de seu cliente já havia sido quebrado e exposto por todos os meios de comunicação, sendo, portanto, mera tentativa de dar aparência de legalidade a um ato que foi praticado de forma ilegal."

Também tiveram os sigilos afastados três empresários de origem americana, sendo dois deles domiciliados no exterior: Glenn Howard Dillard, Paul Daniel Maitino e Charles Anthony Eldering. Eles são donos de duas empresas ligadas ao ramo imobiliário: a Linear Enterprises, com sede no Andaraí, Zona Norte do Rio de Janeiro, e Realest, localizada no Centro da capital fluminense.

Ainda tiveram o sigilo afastado a MCA Participações e seus sócios. A empresa fez negócios imobiliários relâmpagos com Flávio. Segundo reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", a MCA comprou imóveis de Flávio apenas 45 dias depois de ele tê-los adquirido, o que proporcionou ao hoje senador ganhos de 260% com a venda.

No despacho, o juiz pede que as declarações de operações imobiliárias dos investigados também sejam enviadas ao Ministério Público. O magistrado solicita que a investigação corra em segredo de justiça a fim de preservar os sigilos dos envolvidos.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", no domingo, o senador afirmou que a investigação do Ministério Público é “ilegal” e utilizada para atacar o seu pai . As apurações começaram no ano passado, quando um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que Queiroz havia movimentado R$ 1,2 milhão no período de um ano em condições suspeitas. Segundo o senador, a quebra dos sigilos fiscais e bancários dele e de Queiroz serve para “dar um verniz de legalidade naquilo que já está contaminado”.

— Eles querem requentar uma informação que conseguiram de forma ilegal, inconstitucional. Como viram a cagada que fizeram, agora querem requentar, dar um verniz de legalidade naquilo que já está contaminado e não tem mais jeito. Vejo que há grande intenção de alguns do Ministério Público de me sacanear — afirmou o senador.

O presidente Jair Bolsonaro também veio a público no domingo para afirmar que seu filho é “vítima de uma acusação política e maldosa” .

O Globo
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A Caixa realizou na noite deste sábado (11) o concurso 2.150 da Mega-Sena, com expectativa de prêmio de R$ 289 milhões. Apenas uma aposta acertou as seis dezenas.

A aposta foi feita pela internet, mas a Caixa não divulgou em qual cidade ela foi realizada.

As dezenas sorteadas foram: 23 - 24 - 26 - 38 - 42 - 49.

A Quina teve 838 acertadores. Cada um vai ganhar R$ 30.450,20. Outras 56.994 pessoas ganharam na Quadra. Neste caso, o prêmio é de R$ 639,59.

Este é o maior prêmio entre os concursos regulares da história. O sorteio foi às 20h (horário de Brasília) em São Paulo (SP). De acordo com a Caixa, foram feitas 126,3 milhões de apostas nas lotéricas do país e pela internet.

Para o próximo sorteio, a expectativa de prêmio é de R$ 3 milhões.

Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, com preço de R$ 3,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 17.517,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.

G1
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Um dos donos da companhia aérea Gol , o empresário Henrique Constantino assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e, pela primeira vez, admitiu pagamentos de propina em troca da liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal para suas empresas. A delação foi homologada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, e traz acusações contra políticos do MDB, como o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o deputado cassado Eduardo Cunha.

A delação foi assinada em 25 de fevereiro deste ano com a força-tarefa Greenfield e é mantida sob sigilo.

O Globo
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Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), embarcaram no fim de semana rumo a Nova York (EUA), onde cumprem, a partir desta segunda-feira (13), uma série de encontros com empresários e investidores.

A agenda inclui compromissos até quarta-feira (15), quando está previsto o retorno de ambos ao Brasil.

Na ausência deles, o ritmo de trabalho no Congresso Nacional tende a diminuir, especialmente em relação às votações no plenário.

Embora as sessões possam ser presididas por outros integrantes da Mesa Diretora, geralmente os temas mais polêmicos costumam ficam de fora da pauta quando os presidentes não estão presentes.

Na Câmara, há grande expectativa em relação à medida provisória da reforma administrativa, que trata da divisão dos ministérios do governo Jair Bolsonaro.

Ao ser aprovada pela comissão mista na semana passada, a MP teve pontos alterados, entre eles o que transfere o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça para o da Economia.

Houve uma tentativa de votar a medida na quinta-feira (9) passada, mas, sem consenso entre os partidos, foi adiada. Agora, o governo corre contra o tempo para tentar costurar um acordo e viabilizar a sua votação.

A matéria precisa ser votada na Câmara e no Senado até o dia 3 de junho para não perder a validade. Se vier a caducar, a estrutura da Esplanada dos Ministérios voltará aos moldes da vigente no governo Michel Temer, com 29 pastas em vez das atuais 22.

No entanto, entraram na fila outras medidas provisórias, que são mais antigas e precisam ser votadas antes.

Partidos de oposição prometem obstruir as votações com a apresentação de requerimentos protelatórios para evitar que a pauta avance até chegar à MP da reforma administrativa. Eles também deverão contar com a ajuda de siglas do Centrão, que andam irritadas com a articulação do governo.

Agenda
Nos Estados Unidos, o primeiro evento do qual Maia e Alcolumbre participam nesta segunda-feira é no Bank of America, incluindo uma palestra do presidente do Senado.

À noite, a agenda de Maia prevê ainda um jantar com o Grupo Safra.

Na terça-feira (14), eles participam da 9ª edição do evento Brazil and the World Economy, no Harvard Club. Depois, Maia tem reuniões nos bancos Citigroup e Goldman Sachs.

Na quarta (15), os dois participam do Lide Brazilian Investment Forum, no Metropolitan Club.

Comitiva
Maia foi acompanhado de mais quatro deputados: Efraim Filho (DEM-PR), Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), Fernando Monteiro (PP-PE) e Flávia Arruda (PR-DF).

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, também integra a comitiva como convidado especial.

Além de Alcolumbre, viajaram para os Estados Unidos os senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, Daniella Ribeiro (PP-PB), Rogério Carvalho (PT-SE), Rodrigo Cunha (PSDB-AL) e Eduardo Gomes (MDB-TO).

Gastos
Os custos da viagem de Maia não foram informados pela assessoria da Câmara.

No caso do Senado, de acordo com os requerimentos aprovados, as idas dos parlamentares aos Estados Unidos gerarão despesas para a Casa.

No pedido, Daniella Ribeiro informou que o ônus para o Senado decorrerá da concessão de diárias à parlamentar, "visto que o deslocamento aéreo será realizado pela Força Aérea Brasileira".

O senador Eduardo Gomes também especificou, no requerimento apresentado, que as despesas para o Senado com a sua viagem estão relacionadas ao pagamento de diárias. O deslocamento, segundo o parlamentar do Tocantins, será custeado com recursos próprios.

Tanto Daniella quanto Gomes solicitaram autorização para desempenho de missão no exterior pelo período de cinco dias.

Os demais parlamentares não especificaram, nos pedidos de autorização para viagem ao exterior, quais despesas serão arcadas pelo Senado.

Cada diária paga pelo Senado para esse tipo de viagem ao exterior -- aos Estados Unidos neste caso -- custa em torno de R$ 1,7 mil.

G1
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O estudo Augustus, liderado pelo médico brasileiro Renato Lopes, professor da divisão de cardiologia da Duke University Medical Center, define novos caminhos para o tratamento de infarto em pacientes que têm fibrilação atrial que incluem a não utilização de aspirina. O estudo Augustos foi feito com 4.614 pacientes de cerca de 500 centros de 33 países, inclusive o Brasil. Ele foi debatido no 36º Congresso de Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro (Socerj) e publicado na edição de março no New England Journal of Medicine.

Renato Lopes disse à Agência Brasil que a pesquisa traz uma resposta muito específica para o paciente que tem fibrilação atrial e sofre um infarto do miocárdio ou que coloca um stent (uma peça expansível inserida dentro da artéria para evitar uma obstrução), "porque a gente tem que combinar diferentes remédios para afinar o sangue". O paciente com fibrilação atrial precisa de medicação anticoagulante e o que apresenta quadro de infarto tem que usar dois antiagregantes plaquetários, cujo principal representante é o ácido acetilsalicílico (aspirina).

Lopes explicou que os médicos ficam indecisos em relação ao que fazer quando o paciente apresenta fibrilação atrial, tipo de arritmia mais comum da prática clínica, e infarto. "A gente não pode só ficar somando um monte de remédios porque o risco de sangramento é muito alto". Segundo Lopes, é preciso tentar descobrir qual é a combinação de tratamento que dá o maior benefício líquido, isto é, que dá maior redução em eventos isquêmicos, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto e trombose de stent, com menor risco de sangramento.

Melhor combinação

O estudo mostrou que a melhor combinação é usar um anticoagulante mais moderno, como a apixabana, junto com apenas um antiagregante plaquetário, retirando a aspirina. "Porque ela (aspirina) só causou malefício, provocando muito sangramento, e não trouxe nenhum benefício para diminuir outros infartos ou outras tromboses de stent.

O médico ressaltou que como a aspirina é muito importante para o paciente que tem só o infarto, as pessoas acreditavam que esse remédio deveria ser mantido também para pacientes com arritmia. O estudo mostrou agora que uma das drogas mais antigas da medicina, que é a aspirina, pode ser desprezada, porque vai causar mais mal do que bem.

A adição de aspirina ao esquema terapêutico aumenta o risco de sangramento em 89%. O estudo orienta que os médicos adotem a terapia dupla de anticoagulante mais antiagregante do tipo clopidogrel sem aspirina, ao contrário da terapia tripla com aspirina, empregada anteriormente, durante, pelo menos, seis a 12 meses. A partir de 12 meses, é recomendado a terapia única com o anticoagulante, no caso a apixabana.

Custos

Lopes destacou que não usar a aspirina vai evitar muitos sangramentos, que podem levar o doente a ser mais hospitalizado. Sem ela, cessa a necessidade de hospitalização. "Diminui a hospitalização por sangramento e, com isso, reduz os custos com saúde pública".

Renato Lopes informou ainda que a incidência da fibrilação atrial aumenta diretamente com a idade. Em torno de 1% da população mundial tem fibrilação atrial. Se considerarmos apenas as pessoas mais velhas, acima de 80 anos, a incidência pode chegar até 25%.

No Brasil, existem poucos dados disponíveis. Um registro inédito de fibrilação atrial nacional que se acha em andamento, chamado Recall, liderado pelo médico brasileiro, será encerrado em 2020. A expectativa é que traga dados importantes sobre a doença no país.

Diretrizes de saúde

Outro estudo inédito publicado no Journal of the American Medical Association (Jama) por Renato Lopes e sua equipe fez uma revisão detalhada das diretrizes em cardiologia adotadas pela American College of Cardiology/American Heart Association e pela European Society of Cardiology.

O estudo descobriu que apenas 8,5% das diretrizes americanas e 14,2% das europeias provêm de estudos de nível de evidência A, a mais completa e abrangente.

"Quando a gente tem uma diretriz, o que se espera é que as recomendações venham do que existe de mais forte em termos de evidência, que são ensaios e estudos clínicos bem desenhados, que incluam vários países e tenham bastante dados. Ou seja, que tenham o maior nível de evidência para que haja maior certeza para tratar o doente. Isso é chamado de nível de evidência A".

Renato Lopes disse que, infelizmente, a maior parte das diretrizes norte-americanas e europeias, de nível A, apresenta média de 10% . "Isso mostra que grande parte das evidências em cardiologia, que a gente faz no dia a dia, não são evidências com grau elevado de certeza que aquela recomendação faz bem ou mal. A gente não tem grande certeza sobre o benefício ou malefício daquela recomendação. Isso é um problema porque a gente tem que tratar o doente e acaba não tendo a certeza que precisa para promover o melhor para o paciente".

Mudança radical

Lopes indicou a necessidade de haver uma mudança radical no mundo, no sentido de que sejam feitos estudos mais amplos, mais rápidos e mais baratos para gerar mais evidências de alto nível que possam ser traduzidas em diretrizes e recomendações aplicadas pelos médicos objetivando um tratamento mais adequado.

O médico defende que, para que se possa elevar o nível de qualidade das evidências em cardiologia, é importante um movimento que envolva a indústria farmacêutica, agências governamentais de fomento, a academia, e uma parceria público privada para que mude a maneira como se faz pesquisa clínica no mundo.

Segundo Lopes, as pesquisas têm que ser mais pragmáticas e menos burocráticas. "Os órgãos regulatórios têm que estar envolvidos, para que a gente possa fazer pesquisa mais barata, menos complexa e, consequentemente, gere respostas de alto nível mais rápido".

Agência Brasil
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Pessoas que tiveram infarto e mantêm dieta irregular – pulando o café da manhã e jantando perto da hora de dormir – têm de quatro a cinco vezes mais chances sofrer outro ataque cardíaco após 30 dias da alta hospitalar. O dado faz parte de trabalho desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (Unesp) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp).

“Nosso estudo foi o primeiro a detectar esses atos [pular café da manhã e jantar tarde] na população infartada. Foi surpreendente descobrir como isso aumenta muito a chance de eventos ruins – morte ou novo ataque – em curto intervalo de tempo”, afirmou Marcos Minicucci, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB-Unesp) e coordenador do projeto.

O professor destaca que já existia, na literatura científica, estudos que comparavam o hábito de não tomar café da manhã na população em geral com risco cardíaco. “Nosso estudo levanta uma hipótese: talvez esses hábitos ruins tenham uma repercussão muito maior do que na população em geral. No entanto, outros estudos precisam ser feitos para confirmar essa hipótese.”

Os resultados da pesquisa foram publicados no European Journal of Preventive Cardiology. O autor principal do estudo é o pesquisador Guilherme Neif Vieira Musse, que desenvolveu o estudo no mestrado, sob orientação de Minicucci.

O trabalho envolveu pacientes com uma forma particularmente grave de ataque cardíaco, chamado infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI). Foram avaliados 113 pacientes, entre homens e mulheres, durante um ano, de agosto de 2017 a agosto de 2018. A idade média dos pacientes avaliados na pesquisa foi de 60 anos e 73% eram homens.

Os participantes foram questionados sobre os comportamentos alimentares na admissão em uma unidade de terapia intensiva (UTI). O hábito de não tomar café da manhã foi caracterizado como jejum completo até o almoço, excluindo bebidas, como café e água. O jantar tarde foi definido como uma refeição dentro de duas horas antes de dormir, pelo menos três vezes por semana.

Minicucci aponta que não se sabe ao certo por que esses hábitos de tomar café da manhã e de não jantar perto da hora de dormir são bons. “A principal hipótese é que quem tem um hábito ruim deve ter outros hábitos ruins. Por exemplo, talvez essas pessoas que não tomam café da manhã, fumem mais, talvez elas sejam mais sedentárias, talvez tenham hábitos de vida pior do que a pessoa que toma café da manhã e janta mais cedo”, relacionou.

Ele acrescenta que é preciso investigar, no entanto, outros mecanismos que possam explicar a relação entre hábitos alimentares regulares e doenças cardíacas. “Também achamos que a resposta inflamatória, o estresse oxidativo e a função endotelial podem estar envolvidos na associação entre comportamentos alimentares pouco saudáveis e desfechos cardiovasculares”, afirmou.

Agência Brasil
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Quem ainda não se inscreveu para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 tem até a próxima sexta-feira (17) para fazer a inscrição pela internet. No dia 17 também encerra o prazo para solicitar atendimento especializado e específico e para alterar dados cadastrais, município de provas e opção de língua estrangeira.

A taxa de inscrição para o Enem é de R$ 85. Quem não tem isenção de taxa deve fazer o pagamento até o dia 23 de maio. O prazo para pedidos de atendimento por nome social vai de 20 e 24 de maio. As provas do Enem serão aplicadas em dois domingos, 3 e 10 de novembro.

Quem já concluiu o ensino médio ou vai concluir este ano pode usar as notas do Enem, por exemplo, para se inscrever em programas de acesso à educação superior como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) ou de financiamento estudantil.

A prova também pode ser feita pelos estudantes que vão concluir o ensino médio depois de 2019, mas nesse caso os resultados servem somente para autoavaliação, sem possibilidade de concorrer a vagas ou a bolsas de estudo.

Estudo
Para reforçar o conhecimento dos candidatos, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) oferece várias estratégias gratuitas, como o Questões Enem, no qual os estudantes têm acesso a um atualizado banco de dados que reúne provas de 2009 até 2018. O site permite a resolução das questões online, com o recebimento do gabarito.

Já pelo perfil EBC na Rede, é possível acompanhar a série Caiu no Enem. O desafio é responder no fim de semana à questão publicada na sexta-feira. Na segunda-feira, um professor responde ao questionamento. A série fica até a semana que antecede ao exame de 2019. Para ter acesso aos vídeos com as respostas, basta se inscrever no canal youtube.com/ebcnarede.

Agência Brasil
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O aumento da demanda por docentes com curso superior impulsionou os candidatos a professores no país a buscarem essa capacitação em cursos mais rápidos ou em programas de formação de docentes simplificados. Eles têm procurado também o ensino a distância, sem forte regulação e monitoramento. Os dados estão na publicação Professores do Brasil, que foi lançada esta semana, em São Paulo, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil e a Fundação Carlos Chagas (FCC).

O livro Professores do Brasil, que trata dos desafios na formação de docentes no país, é o terceiro de uma série que fornece amplo panorama da docência: formação, trabalho e profissionalização. Ele foi produzido a partir do projeto Cenários da formação do professor no Brasil e seus desafios. A publicação é resultado de estudos feitos pelas pesquisadoras Bernardete A. Gatti, Elba Siqueira de Sá Barretto e Patrícia Albieri de Almeida, da Fundação Carlos Chagas; e Marli Eliza Dalmazo Afonso de André, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).

O material mostra ainda o perfil do estudante de licenciatura no país, ressaltando pontos importantes. Por exemplo, os estudantes da docência têm renda mais baixa que os de outras licenciaturas: cerca de 61,2% dos estudantes, de 2014, tinham renda de até três salários mínimos. E, desse total, um em cada quatro estudantes tem renda salarial de até 1,5 salário mínimo.

“Do início deste século para agora, eles [estudantes de licenciatura] se tornaram mais pobres, provenientes de família com menos instrução”, disse Elba Siqueira de Sá Barretto, professora da Universidade de São Paulo e pesquisadora e consultora da Fundação Carlos Chagas, em entrevista à Agência Brasil. “Entre os estudantes de licenciatura, em torno de 42% têm pais que fizeram apenas o primário incompleto. Só 9% desses estudantes têm pais com nível superior”, acrescentou. “Essa é uma tendência. Cada vez mais o magistério no Brasil está sendo procurado pelos segmentos mais empobrecidos. E essa tendência ficou mais clara, mais acentuada”, disse.

Outro aspecto indicado na pesquisa, é o número de mulheres, que conclui as licenciaturas, ser maior que o de homens e negros a maioria entre os estudantes. [A presença de negros na licenciatura passou de 35,9% em 2005, para 51,3% em 2014]. “De 14 cursos de licenciatura [segundo dados do Enade], em 11 deles havia 50% ou mais de alunos negros ou pardos. E todos os cursos de licenciatura também têm índios representados, embora em pequenas proporções”, informa Elba.

“Eles [estudantes de licenciatura] já eram alunos mais pobres. Esse não é um fenômeno brasileiro, acontece em vários países da América Latina, desde os anos 2000. Muitos dos alunos de licenciatura são os primeiros a chegar ao Ensino Médio e ao Ensino Superior”.

De acordo com a pesquisadora, a licenciatura é também um curso predominantemente feminino. “Mas percebemos recentemente que as matrículas dos homens está aumentando”, disse, acrescentando ainda que, a maior parte desses estudantes de licenciatura não só estudam: "Eles estudam e trabalham e ainda mantém a família”. Para Elba, isso significa o quanto é necessário trabalhar para poder estudar.

O estudo constatou também um envelhecimento no perfil dos licenciandos: a presença de jovens entre 18 e 24 anos que fazem licenciatura passou de 34,7% em 2005 para 21% em 2014.

Esses fenômenos decorrem, segundo a pesquisadora, entre outras razões, por causa do estabelecimento da Lei de Cotas. “Houve também financiamento desses cursos privados e a abertura de muitas vagas nas instituições públicas para que eles pudessem fazer o Ensino Superior”, acrescentou.

Exigência de curso superior

Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases (LDO 9.394), em 1996, passou a ser exigido no país que todo docente tenha certificação superior. No entanto, em 2016, ainda havia 34% de professores da educação infantil e 20% do ensino fundamental sem a titulação. Nos anos finais, a proporção de não graduados somou 23%. No Ensino Médio, a proporção de docentes não titulados equivalia a 7%.

Matrículas

Ainda segundo o livro, as matrículas para a licenciatura passaram de 659 mil alunos, em 2001, para 1,5 milhão em 2016. O número exato de alunos matriculados, em 2016, em cursos de licenciatura no país somava 1.524.329, sendo que 579.581 estavam em escolas públicas e 944.748 (62% do total) nas privadas. Desse total, 882.749 faziam licenciatura em cursos de ensino presencial e, o restante, 641.580, por meio de cursos a distância.

“Esse foi um período [após o ano 2000] em que os países da América do Sul e da América Latina tiveram algumas condições muito favoráveis para o seu desenvolvimento. Uma crise nos países do Norte favoreceu muito os nossos países que são exportadores de commodities. Então, o PIB cresceu, houve um desenvolvimento econômico grande”, disse Elba. “As licenciaturas foram uma das formações de nível superior que foram privilegiadas nesse período”, acrescentou.

Das 2.228.107 de vagas oferecidas em cursos de licenciatura no país em 2016, 1.990.953 (ou 89,4% do total) eram disponibilizadas pelo setor privado. O total de vagas ociosas atingiu 1.632.212 e cerca de 94,3% se referiam ao setor privado. O total de ingressantes somou 595.895 em 2016, sendo que 75,8% ingressaram em cursos fornecidos pelo setor privado, de acordo com o levantamento.

“Quase 2 milhões das vagas estão no setor privado, sendo apenas 10,6% oferecidas pelo setor público. Em contrapartida, são as reduzidas vagas do setor público disputadas por mais de 1,6 milhão de estudantes, ou seja, pela maior parte dos candidatos que postulam a entrada em curso superior (58,2%), atraídos, sobretudo, pela melhor qualidade que costuma ser socialmente imputada a esses cursos, pela sua gratuidade, ou por ambas as razões”, diz ainda a publicação.

Evasão

O estudo constatou ainda que é grande a quantidade de vagas oferecidas no ensino superior para licenciatura (2,2 milhões de vagas), mas limitado o número de ingressantes (595 mil em 2016). Deste total de vagas, 1,9 milhão se refere a vagas no ensino privado. A explicação para esse fenômeno é o fato de os alunos buscarem o ensino superior privado por causa do aumento de subsídios públicos para o setor, pelas baixas mensalidades, pela modalidade de ensino a distância, pela maior oferta de cursos no período noturno e pela menor concorrência em relação às vagas disponíveis.

Cerca de 39% das vagas nas instituições públicas não foram ocupadas. No setor privado, as vagas ociosas ultrapassaram 1,5 milhão em 2016. Segundo a pesquisa, isso decorre, no caso do setor público, do apoio escasso aos alunos que dela necessitam e também da dificuldade em modificar a estrutura e o modo de funcionamento dos cursos. Do total de alunos que ingressou nas licenciaturas em 2013, metade deles concluem o curso.

“O ideal seria oferecer menos vagas, mas garantir condições de apoio para os alunos que passam por um vestibular difícil permanecer nos cursos superiores até a formatura”, explicou a pesquisadora. Esse apoio, segundo Elba, não se resume a oferecer condições financeiras ou suporte financeiro melhor, mas compreende também a elaboração de um currículo mais adequado e acompanhamento mais sistemático.

Para a pesquisadora, entre as conclusões possíveis sobre os vários retratos que foram apresentados na publicação é a necessidade de repensar alguns gastos que são feitos no Ensino Superior e também a qualidade do que está sendo oferecido. “Também precisamos rever as metas de crescimento do Ensino Superior. Não tem aluno suficiente sendo formado no Ensino Médio. O Ensino Médio está muito ainda precarizado”, disse.

Agência Brasil
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A Polícia Federal da Argentina apura ameaças de bombas à Casa Rosada, sede do governo local, e a um anexo da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (13). Segundo a imprensa argentina, uma chamada telefônica levou as autoridades a dispararem o alerta.

De acordo com o jornal "Clarín", a Câmara dos Deputados receberia o velório do deputado Héctor Olivares, morto no domingo três dias depois de sofrer um ataque a tiros em Buenos Aires. O presidente Mauricio Macri participaria da cerimônia, mas, segundo a imprensa argentina, não está claro se ele comparecerá ou não ao funeral.

Também segundo o "Clarín", a Casa Rosada – sede do governo da Argentina – não fechou, e o expediente funcionou sem interrupções nesta tarde.

Até as 16h10 desta segunda-feira, a Polícia local não informou se realmente havia artefatos explosivos nos dois locais ou nas imediações. Ninguém foi preso.

Preso ao tentar entrar com pistola
Também nesta segunda-feira, um homem de 36 anos identificado como Francisco Ariel Muñiz foi detido ao tentar entrar na Casa Rosada com uma pistola. Ele tentava, segundo o "Clarín", ser recebido pelo presidente da Argentina, Mauricio Macri.

O jornal argentino disse que Muñiz é militante do PRO – partido do próprio Macri. A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, disse ao "Clarín" que o homem queria "chamar a atenção do presidente" após pedir uma série de audiências com ele, sem sucesso.

"Ao constatar que a audiência com o presidente não existia, o homem tentou deixar a bolsa que continha um revólver Magnum 44 Taurus", escreveu a Presidência argentina, em um comunicado.

G1
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Nem uma série de processos por corrupção, nem a recusa em criticar abertamente o presidente venezuelano Nicolás Maduro, nem ser um dos principais fatores da divisão política na Argentina – parece que nada pode acabar com o fenômeno político chamado Cristina Kirchner.

Presidente da Argentina entre 2007 e 2015, a política lançou seu livro, "Sinceramente", na Feira do Livro de Buenos Aires na última quinta-feira.

A imprensa não pôde entrar no evento por "razões de segurança". Nem celulares puderam ser usados, ​​e todos os ingressos foram distribuídos por convite.

Do lado de fora, na larga avenida Sarmiento, no bairro de Palermo, em Buenos Aires, foram instaladas telas gigantes para que seus seguidores pudessem acompanhar o lançamento.

Muitos deles esperavam que ela finalmente confirmasse sua candidatura para as eleições presidenciais em 27 de outubro, o que não aconteceu. Hoje senadora, Kirchner tem até 22 de junho para confirmar sua presença no pleito.

Seu livro chegou ao mercado há algumas semanas, vendeu 200 mil cópias em poucos dias e foi objeto de análise, memes e reportagens na televisão. Mais do que reunir suas memórias, Sinceramente é um compêndio de opiniões e reflexões políticas sobre seus governos, a Argentina e a situação atual. É um livro de campanha.

Nunca deixou de ser protagonista
Kirchner nunca deixou de ser protagonista da política argentina, mesmo depois de deixar a Presidência em meio a controvérsias por se recusar a comparecer à posse do novo presidente, Maurício Macri.

Em parte porque em 2017 ela foi eleita senadora e teve várias aparições na mídia durante debates no Congresso.

Mas também porque as acusações e os escândalos de corrupção, que começaram em junho de 2016, dominaram a imprensa durante esses anos.
Vários de seus aliados passaram pela prisão ou ainda estão presos, e ela deve prestar depoimento nos próximos meses.

Kirchner nega as acusações e diz que tudo faz parte de uma perseguição política do governo de Macri em consonância com o que, para ela, acontece no Brasil com o ex-presidente Lula.

Mas, além dos escândalos, especialistas consultados pela BBC afirmam que é justamente Macri um dos principais responsáveis por manter viva a figura de Kirchner.
Isso, segundo analistas, acontece por dois motivos.

Por um lado, é conveniente para Macri antagonizar uma figura que em números gerais causa mais rejeição do que apoio. Por outro, porque o atual presidente culpa Kirchner pelos problemas econômicos que pioraram nos últimos quatro anos – Macri os atribuiu primeiro à "herança recebida", depois a casos de corrupção, e agora diz que "o mundo (os mercados) acreditam que os argentinos querem voltar atrás".

Tudo indica que Kirchner será mesmo candidata nas eleições, em outubro. Seu rival será provavelmente o atual presidente, que buscará reeleição.

O que a mantém atual
"Nas análises sobre os líderes peronistas feitas no exterior, sinto que sua morte política é cantada prematuramente", diz a cientista política María Esperanza Casullo. "Aconteceu o mesmo com (Juan Domingo) Perón e com (Carlos Saúl) Menem."

Segundo a analista, Kirchner mantém a fidelidade de um setor minoritário, mas importante, do eleitorado (30%) por dois motivos.

"Um deles é de caráter programático: há uma parte da sociedade que espera certas coisas do governo – limites para o mercado, distribuição de renda, investimento público em educação e saúde, respeito aos direitos humanos – que ninguém oferece tão claramente quanto ela", diz.

Por outro lado, "há uma identificação afetiva em relação ao que ela representa como um símbolo de um momento na Argentina e na América Latina".

A analista conclui que nenhuma outra figura da oposição "apostou que o governo Macri iria mal economicamente e apostou desde o início em fazer uma franca oposição".

A situação do país, que entrou em recessão e viu seus indicadores econômicos piorarem dramaticamente, terminou favorecendo a oposição de Kirchner.

Andrés Malamud, cientista político argentino da Universidade de Lisboa, explica a longa vigência do "fenômeno Kirchner" em três pontos.

"Primeiro há um voto identitário: seu governo pode ir mal, mas sigo te apoiando até à morte", diz ele. "Depois, há o efeito da memória, que 'é muito curta' na Argentina e cada vez favorece menos ao Macri. Quanto mais acostumado você está à algo, mais valor aquilo perde."

E por último está o efeito de comparação, diz o especialista. "A frustração gerada pelo governo de Macri é muito grande e isso revaloriza o anterior, ele fica parecendo melhor."

Macri é hoje presidente, diz ele, em parte graças ao fato de representar exatamente o contrário de Kirchner: discurso político discreto, defesa de contas fiscais ordenadas, boas relações internacionais. E Cristina Kirchner é potencial presidenciável justamente por representar o contrário de Macri: antagonismo com o mercado, carisma e paternalismo econômico e político.

Ou seja, as melhores cartadas tanto de Macri quanto de Kirchner são um ao outro. E isso os mantêm protagonistas, apesar dos problemas e ineficiências de ambos os governos.

BBC
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