Novembro 23, 2024
Arimatea

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As práticas inovadoras, as mudanças no modo de ensinar e o uso das novas tecnologias na sala de aula - e fora dela - são alguns dos eixos que norteiam debates na feira de educação Bett Educar, a maior da América Latina, aberta até a próxima sexta-feira (17) na capital paulista. Por meio de palestras, troca de experiências e apresentações de produtos, o evento apresenta diversas formas de pensar o ensino e as abordagens pedagógicas.

Para o ano de 2019 o grande foco é a formação de professores. "Como conteúdo de discussão, vamos falar da implementação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que passa a ser obrigatória a partir de 2020, por isso o foco é a formação de professores, o congresso tem muitas discussões para essa mudança de paradigma da educação brasileira”, disse a diretora de Conteúdo do evento, Maria Alice Carraturi.

Para ela, o professor faz toda a diferença na formação do aluno. "Por mais que ele [aluno] tenha condições sociais desfavoráveis, o impacto de um bom professor é muito grande na aprendizagem desse aluno e na vida futura dele".

Segundo Maria Alice, as palestras e workshops mostram as mudanças de paradigma e as inovações na educação. "As crianças chegam na escola de uma forma diferente, porque eles aprendem diferente de como nós aprendemos. As tecnologias digitais mudaram a forma de aprender, mas o grande impacto na educação se faz por meio dos professores, pois a tecnologia na sala de aula é só equipamento, precisa do professor engajado. Se o professor levar uma boa ideia daqui, nosso objetivo já foi atendido. O professor transformado pode transformar a educação".

Ciência e tecnologia
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, destacou, na abertura do evento, a atuação da pasta para o desenvolvimento da chamada STEAM [acrônimo em inglês usado para designar as quatro áreas do conhecimento: ciências, tecnologia, engenharia e matemática] na educação.

"Dentro do ministério, a formação e motivação de jovens para as carreiras de ciência e tecnologia é extremamente importante. Já temos um problema de pesquisadores se aposentando, mas esse problema vai aumentar se não formarmos os jovens. Por isso, nós temos departamentos como o Ciência na Escola, uma iniciativa com o MEC [Ministério da Educação] para levar ciência e tecnologia para o ensino fundamental e médio, além do incentivo às Olimpíadas de Ciências. Esse é um começo", disse o ministro.

O ministro lamentou os cortes no orçamento do ministério. "Tivemos um bloqueio de 42,27%, que é um bloqueio considerável para um orçamento que já era baixo. O que fiz foi mostrar para o Ministério da Economia a importância e os resultados da ciência e tecnologia para o país, mostrei que não são gastos, são investimentos. Então retornaram R$ 300 milhões, o que deu um certo alívio, mas não resolve o problema".

Quanto aos cortes no Ministério da Educação, Pontes se mostrou preocupado. "Me preocupa os cortes das pesquisas, já que a maioria delas são realizadas nas universidades, então quando se paralisa as pesquisas, o nosso lado passa a ser bastante atingido. Pela importância da pesquisa no país, temos que buscar alguma solução, mesmo de outras fontes e que mantenham as nossas pesquisas. As pesquisas não podem parar", disse.

Tecnologia x ensino tradicional
Diversas empresas e startups apresentam na feira suas inovações tecnológicas para as escolas e educadores, como educação digital, robótica, bilinguismo e metodologias STEAM e maker.

Para a bióloga e professora Daniele Felitti, diante de tanta inovação, o professor precisa se reinventar para encarar a sala de aula.

"O professor precisa se reinventar, porque essa geração está crescendo com a tecnologia desde a primeira infância, então o professor tem que ser colaborativo e mediador, assim ele consegue ter atenção da criança e ele utiliza a tecnologia para isso".

Para ela, que é também diretora de empresa de reforço escolar, o uso intenso de tanta tecnologia pode atrapalhar o processo de aprendizagem. "O concreto é extremamente importante para a criança. Se a gente fica só na questão da tecnologia, das telas, a criança fica mais ansiosa e imediatista, então a criança precisa do tocar, para construir, aguçar a criatividade".

Já a pedagoga Sueli Adestro acredita que além de se reinventar, o professor precisa entender o funcionamento do cérebro da criança. "Assim, através dessas ferramentas, sejam lúdicas ou por meio dos equipamentos digitais, o conhecimento do funcionamento do cérebro da criança é importante. Precisamos dessa simbiose para que a educação possa caminhar junto com a tecnologia", acrescentou.

Agência Brasil
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a dizer hoje (14) que a aprovação da reforma da Previdência resultaria na recuperação da economia do país e poderia evitar que os recursos das universidades federais permaneçam contingenciados. Nos últimos dias, foi anunciado o contingenciamento de 3,4% do orçamento total da universidade federais.

“A partir de setembro elas [as universidades federais] teriam que cortar mesmo se não for descontingenciado. Então, a grita que está tendo é que em setembro pode faltar o recurso se não for descontingenciado. Daqui até lá, acho que vai ser aprovada a nova Previdência, a economia vai recuperar. Não ficamos parados, estamos buscando soluções e peço para as universidades buscarem também eficiência”, disse, em café da manhã com jornalistas.

Questionado se o Ministério da Educação está livre de novo bloqueio de recursos, caso o governo federal anuncie mais cortes de gastos do orçamento, Abraham Weintraub disse que vai conversar sobre o assunto com o ministro da Fazenda, Paulo Guedes. “Hoje vou falar com o Paulo Guedes, vou perguntar especificamente sobre isso e vou ter uma resposta”, disse. Diante da insistência sobre não ter a garantia de que a pasta estaria livre de novo contingenciamento, disse que “a única certeza na vida é a morte e os impostos”.

No último dia 9, o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que o governo pode anunciar novo contingenciamento com a possibilidade de redução na projeção de crescimento do país.

Educação básica e ensino superior
O ministro defendeu o fortalecimento da educação básica. Para ele, nos últimos anos o ensino superior foi priorizado no repasse de recursos. “A evolução do gasto total com a educação em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] aumentou. Como? Com educação superior, principalmente nas universidades federais. Hoje o Brasil já gasta 7% do PIB com educação, vemos que foi um aumento nas universidades federais. Na educação básica, ficou de lado, o ensino profissional ficou largado e os demais gastos, que são repasses, também aumentaram pouco”, disse.

Weintraub avalia que é preciso dar atenção especial também ao ensino técnico. “O Brasil tem uma demanda muito grande pelo ensino técnico e não estamos atendendo”.

Agência Brasil
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Está tudo pronto para que cerca de 800 mil estudantes brasileiros do ensino fundamental e médio participem da 22ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). A prova será aplicada na próxima sexta-feira (17) em todo o território nacional e, para este ano, conta com quase 18 mil escolas cadastradas.

Dividida em quatro níveis (três para alunos do fundamental e uma para o ensino médio), a Olimpíada terá uma prova com dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. Segundo os organizadores, há uma alta incidência de questões abrangendo raciocínio lógico.

“As provas foram disponibilizadas para os professores das escolas parceiras [no caso da Olimpíada, são as escolas que se inscrevem e aplicam as provas para seus alunos interessados em concorrer]. Da nossa parte está tudo pronto para a aplicação no dia 17. O gabarito sairá no dia 18”, disse à Agência Brasil o coordenador da OBA, professor e astrônomo João Canalle, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O professor explicou que os alunos do 6° ao 9° ano fundamental são os que mais participam da Olimpíada. “Em média, a nota deles fica entre 7 e 8 pontos [em uma escala que vai até 10]. Trata-se de uma faixa etária com bastante curiosidade sobre astronomia. Por isso chegam a pressionar os professores e escolas para se inscreverem”.

Competições internacionais
Cerca de 10 milhões de estudantes já participaram das olimpíadas e astronomia e astronáutica no Brasil, ao longo dos 20 anos de existência da OBA. Os estudantes mais bem classificados representarão o Brasil nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e na Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2020.

Tendo por base o público que participou das olimpíadas anteriores, Canalle explica que os alunos que costumam participar da competição se diferenciam, quando comparados aos demais, além de terem maiores chances de serem selecionados para universidades no exterior.

“Tivemos casos de estudantes que conseguiram bolsas em universidades estrangeiras após terem seus currículos enriquecidos com as medalhas obtidas em edições anteriores”. Foi, por exemplo, o caso da deputada federal recentemente eleita por São Paulo, Tabata Amaral (PDT), de 24 anos que, a partir do resultado obtido na olimpíada, classificou-se para conquistar títulos internacionais de astronomia e, posteriormente, foi estudar em Harvard, nos Estados Unidos.

Além de ter sido medalhista na olimpíada de 2016, Miriam Harumi Koga, 19 anos, de Guarulhos (SP), foi o grande destaque da edição de 2017 da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, onde conquistou a medalha de ouro. O destaque obtido nessas competições resultou em sua aprovação para duas universidades nos Estados Unidos, onde hoje reside e trabalha.

“Notamos que alunos que ganham medalha nas olimpíadas tendem a ganhar outras medalhas, além de terem mais chances de serem convidados para as olimpíadas internacionais”.

Segundo Canalle, o Brasil é o país que mais tem se destacado nas Olimpíada Latino-Americana de Astronomia. “Sempre somos o país mais bem classificado em todas as provas. Para se ter uma ideia, nas últimas 3 edições obtivemos 4 das 5 medalhas de ouro”.

Preparação
Nas competições que incluem a Europa e a Ásia, a concorrência é bem mais forte. “Há entre eles países com muito mais tradição, como Índia e China. Nos 11 anos de competições obtivemos algumas pratas, mas nunca uma medalha de ouro”.

Segundo Canalle, o fator que mais explica a diferença de resultados é o tempo de preparação dos competidores. “Enquanto alguns países treinam seus competidores por 3 ou 4 anos, nós temos entre junho [mês em que é feita a seleção dos representantes brasileiros] e outubro, quando acontece a olimpíada internacional”.

A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira e da Agência Espacial Brasileira. Há, ainda no âmbito da competição, um outro evento que tem empolgado os estudantes: a Mostra Brasileira de Foguetes, a MOBFOG.

“No ano passado tivemos 120 mil alunos construindo e lançando seus foguetes. A expectativa é de que, este ano, haja 150 mil estudantes construindo e lançando seus foguetes cada vez mais longe”, disse o astrônomo.

O regulamento para participação e as instruções para as escolas interessadas em se cadastrar nas competições estão disponíveis no site da OBA.

Agência Brasil
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Por unanimidade, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou soltar nesta terça-feira o ex-presidente Michel Temer e João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, dono da empresa Argeplan e amigo do emedebista. Em vez de continuarem presos, eles terão que cumprir algumas medidas cautelares. Estarão proibidos, por exemplo, de manter contato com outros investigados, de mudar de endereço, de deixar o país, fazer negócios com empresas investigadas e de ocupar cargos de direção partidária. Além disso, deverão entregar o passaporte, e terão bens bloqueados.

O julgamento foi liminar, ou seja, não é definitivo. O relator, Antonio Saldanha, e os ministros Laurita Vaz, Rogério Schietti e Nefi Cordeiro entendem que medidas cautelares diversas da prisão são suficientes neste momento. Isso porque Temer e Lima ainda não foram condenados, mas estão apenas presos provisoriamente. Eles são acusados de corrupção nas obras da usina nuclear de Angra 3. O juiz federal Marcelo Bretas, que decretou a prisão, poderá aplicar outras medidas cautelares que entender serem cabíveis.

O relator Antonio Saldanha foi o primeiro a se manifestar no julgamento. Ele destacou que uma prisão provisória, quando ainda não há execução da pena, não pode se basear em "meras conjecturas". Lembrou que, entre os fundamentos para justificá-la, está a contemporaneidade dos delitos. Mas, no caso de Temer, destacou ele, os supostos crimes ocorreram entre 2011 e 2015. Além disso, o ex-presidente não tem mais cargo que torne plausível o risco de delinquir, caso seja solto.

— Além de razoavelmente antigos os fatos, o prestígio político para a empreitada criminosa não mais persiste. Michel Temer deixou a presidência da República no início deste ano e não exerce mais cargo de relevo — disse Saldanha, acrescentando: — Não foi tratado nenhum fato concreto recente do paciente (Temer) para ocultar ou destruir provas.

A investigação apontou uma tentativa de movimentação de R$ 20 milhões da empresa de coronel Lima, ocorrida em outubro do ano passado. Mas Saldanha destacou que o próprio Ministério Público Federal (MPF) reconheceu a necessidade de apurar melhor esse episódio. E afirmou:

— A gravidade dos delitos imputados não constitui argumento por si só para a necessidade da prisão.

Segunda a votar, Laurita Vaz também ressaltou a necessidade da "contemporaneidade" dos supostos delitos para justificar uma prisão provisória. Ela destacou que é importante o combate à corrupção, mas afirmou que isso não pode ser feito de qualquer jeito.

— Não há outro caminho. O Brasil precisa ser passado a limpo. Entretanto essa luta não pode virar caça às bruxas, com ancinhos e tochas nas mãos, buscando culpados sem preocupação com princípios e garantias individuais que foram construídos ao longo de séculos. É dever do Judiciário garantir em todos os casos o devido processo legal — disse Laurita.

Terceiro a votar, Schietti discordou de argumento dos advogados do ex-presidente, para quem a prisão era baseada apenas em delação premiada. Segundo o ministro, há outros elementos no processo, como documentos e relatórios. Mas também entendeu que não ficou demonstrado que Temer pode atrapalhar a investigação. Ele propôs mais algumas medidas cautelares, como a proibição de trabalhar para as empresas investigadas e de ocupar cargos públicos e partidários, além de ter de comparecer periodicamente à Justiça, mas isso não foi analisado ainda pelos demais ministros.

Último a votar, Nefi Cordeiro destacou que um juiz não pode ser símbolo de combate à criminalidade nem agente de Segurança Pública. Ele deve julgar de acordo com a lei e, ao fim do processo, caso haja provas suficientes, condenar alguém. Entendeu também que a prisão de Temer foi ilegal.

— Não se prende hoje porque grave foi o risco antigo. Prende-se provisoriamente por riscos aos processos ou à sociedade. Na prisão provisória é preciso compreender a função cautelar de garantia processual. Neste processo se tem imputação de graves crimes, muitos relacionados à atuação pública do paciente. Renovo a lembrança de ser a cautelar dissipadora de riscos, e não resposta penal — disse Cordeiro, acrescentando: — Não se pode prender porque os fatos são revoltantes. Não se pode prender como resposta a desejos sociais de justiça instantânea.

Nefi cordeiro criticou a figura do "juiz herói":

— Juiz não enfrenta crimes, juiz não é agente de segurança pública, não é controlador da moralidade da social ou dos destinos políticos da nação. O juiz criminal deve conduzir o processo pela lei e pela Constituição, com imparcialidade e, somente ao fim do processo, sopesando adequadamente as provas, reconhecer a culpa ou declarar a absolvição. Juiz não é símbolo de combate à criminalidade.

A Sexta Turma do STJ tem cinco ministros, mas um deles, Sebastião Reis Júnior, se declarou impedido para participar do julgamento. Ele informou já ter trabalhado em escritório contratado pela Eletronuclear, estatal responsável pela usina. Assim, mesmo que obtivesse apenas dois votos favoráveis dentre os quatro possíveis, Temer poderia ser solto. Isso porque o empate favorece os investigados.

Temer e Lima foram presos inicialmente em março, por ordem do juiz Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Poucos dias depois, foram soltos pelo desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), com sede no Rio.

O MPF recorreu da decisão, e o recurso foi levado para votação pelos três integrantes da Primeira Turma do TRF-2, que conta com Athié e mais dois desembargadores: Abel Gomes e Paulo Espírito Santo. Athié votou para manter Temer livre, mas os outros foram favoráveis à prisão. Na última quinta-feira, o ex-presidente se entregou à polícia. Coronel Lima também se entregou.

O Globo
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A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão que integra o Ministério Público Federal (MPF), encaminhou na segunda-feira ao Congresso uma nota técnica classificando como inconstitucional o decreto que flexibilizou o porte de armas, editado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. Um resumo do texto também foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com a nota técnica, as alterações que foram realizadas por Bolsonaro no Estatuto do Desarmamento não poderiam ter sido feitas por meio de decreto, já que, como foram de encontro ao teor do Estatuto, deveriam ter sido submetidas ao Congresso. O texto foi assinado pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, e pelo procurador federal dos Direitos do Cidadão adjunto, Marlon Alberto Weichert.

"A modificação no regime de posse e uso de armas de fogo pretendida pelo governo deveria ter sido submetida ao Congresso Nacional através de um projeto de lei, pois não se trata de matéria meramente regulamentar, mas sim de alteração de uma política pública legislada", diz a nota técnica.

Os procuradores alegam que é há uma "inconstitucionalidade integral do decreto", porque as ilegalidades "se acumulam em praticamente todos os espaços regulados pela proposição: posse, compra, registro, porte, tiro esportivo e munições".

A nota técnica também diz que a justificativa de que o decreto cumpre uma promessa eleitoral — uma das razões citadas por Bolsonaro para embassar o decreto — ignorou "os princípios da legalidade e da separação de poderes, bem como o dever público de promover a segurança pública".

O texto ainda ressalta que, além de inconstitucional, o decreto também "afronta as bases científicas que reiteradamente demonstram que a expansão do porte de armas, longe de reduzir a violência, é prejudicial à segurança pública".

Na semana passada, a constitucionalidade do decreto já havia sido questionado pela Secretaria-Geral da Câmara e pela Consultoria Legislativa do Senado. Além disso, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para Bolsonaro explicar a medida.

O Globo
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Agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), da Guarda Nacional Bolivariana e da Polícia Nacional Bolivariana, corporações a serviço do governo de Nicolás Maduro, bloquearam o acesso e entraram no prédio da Assembleia Nacional Venezuelana, de maioria opositora, sob a alegação de que poderia haver uma bomba no local.

A ação iniciada na manhã desta terça-feira (14) foi noticiada pelo jornal oposicionista "El Nacional" e pela agência EFE. Fotos e vídeos foram publicados na conta oficial da Assembleia no Twitter.

Funcionários e deputados foram impedidos de entrar para verificar o que estava ocorrendo no interior do Palácio Legislativo. Casos semelhantes já ocorreram anteriormente, como em 5 de janeiro, quando, depois de uma longa revista, não foram encontrados explosivos.

O presidente da Assembleia Nacional e autodeclarado presidente interino, Juan Guaidó, sem citar nomes, atribuiu a ação a Maduro. “Covarde como ele é, ele faz com que sua perseguição política ameace não só os deputados eleitos pelo povo, mas também os trabalhadores da Assembleia”, declarou no Twitter.

“Ele acredita que o poder está em edifícios, em gavetas, em um monte de chaves. O poder que alguma vez tiveram perderam quando perderam o povo. A Assembleia Nacional foi eleita pelo povo e defenderá sua legitimidade!”, completou.

Discussão sobre perseguição política
Para esta terça-feira, estava previsto que o órgão Legislativo discutisse a "perseguição" contra deputados de oposição. Seria a primeira sessão a ser convocada desde que o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) acusou 10 deputados de vários crimes relacionados ao levante militar fracassado de 30 de abril, liderado pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.

Desde então, a imunidade parlamentar de sete dos acusados foi suspensa ​​e a Justiça determinou a prisão de um deles, o primeiro vice-presidente do Legislativo, Edgar Zambrano.

No debate desta terça, dois dos deputados acusados ​​do fracassado levante militar, Henry Ramos Allup e Simón Calzadilla, deveriam se apresentar, apesar da possibilidade de serem presos.

Além disso, a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), órgão convocado por Maduro para legislar com maioria pró-governo, também teria sessão nesta terça.

G1
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A Coreia do Norte disse nesta terça-feira (14) que a apreensão de um navio de carga do país pelos Estados Unidos foi um ato ilegal que afrontou o espírito da cúpula de Singapura, que reuniu pela primeira vez o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O Ministério das Relações Exteriores norte-coreano também exigiu a devolução da embarcação sem demora.

"Os Estados Unidos cometeram um ato ilegal e ultrajante de desapropriação de nosso navio de carga", disse um porta-voz não identificado da chancelaria em um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

"O ato mais recente dos EUA constituiu uma extensão do método norte-americano de calcular para colocar a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) de joelhos por meio da 'pressão máxima' e uma negação explícita do espírito subjacente ao Comunicado Conjunto RPDC- EUA de 12 de junho".

O nome formal da Coreia do Norte é República Popular Democrática da Coreia.

Seria o "maior erro de cálculo" se os EUA acreditassem que conseguem controlar Pyongyang com a força, disse o comunicado, acrescentando que ficará atento ao comportamento futuro dos EUA.

Na semana passada, o Departamento de Justiça norte-americano disse que um cargueiro norte-coreano conhecido como "Wise Honest" foi apreendido e retido na Samoa Americana. A embarcação foi acusada de transportar carvão ilicitamente por violar de sanções internacionais.

Em 12 de junho, Kim Jong-un e o presidente Donald Trump se comprometeram a estabelecer novas relações e um regime de paz na península coreana durante a cúpula inédita, que aconteceu em Singapura. Em fevereiro, eles realizaram uma segunda cúpula no Vietnã que terminou sem um acordo e antes do previsto.

As tensões entre os dois países voltaram a crescer desde a cúpula fracassada.

O anúncio de Washington sobre o confisco do navio veio na quinta-feira, depois de Pyongyang disparar dois mísseis de curto alcance. Na ocasião, Trump afirmou não acreditar que a Coreia do Norte esteja pronta para negociar com os norte-americanos.

Kim pediu uma "postura plena de combate" após a apreensão do cargueiro.

Reuters
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O presidente Donald Trump negou a informação divulgada nesta terça (14) pelo jornal "The New York Times" de que haja um plano americano de enviar até 120 mil soldados ao Oriente Médio para combater o Irã.

"Eu acho que é fake news, ok? Eu faria isso? Com certeza. Mas nós não planejamos nada. Espero que não tenhamos que planejar algo assim. E, se enviássemos, mandaríamos muito mais tropas do que isso", afirmou Trump.
Segundo a informação do NYT, o secretário interino de Defesa dos Estados Unidos apresentou a Trump um plano para enviar as tropas.

Patrick Shanahan, o secretário, esteve presente em uma reunião com os principais assessores de segurança na última quinta-feira (9), na qual foram discutidas as opções de resposta a um eventual ataque iraniano a forças norte-americanas ou a uma aceleração do desenvolvimento de armas nucleares.

A estratégia dos EUA para lidar com o Irã durante o governo Trump tem sido a de aplicar sanções econômicas. Isso pode mudar, de acordo com a reportagem do jornal.

Relatórios recentes dos serviços de inteligência indicam que o Irã tem fortalecido suas forças aliadas (grupos armados que não são, formalmente, o exército do país) e as prepara para atacar americanos na região.

Esses documentos são recentes –apareceram na tarde do dia 3 de maio. No dia 5, os EUA anunciaram que enviaram porta-aviões e outros equipamentos militares para a região do Golfo Persa.

Para norte-americanos, foi o Irã que mudou
Os EUA não sabem por que o Irã teria fortalecido seus aliados. Os norte-americanos consideram que as sanções econômicas estavam funcionando bem, melhor que o esperado.

A tensão no Golfo Pérsico aumentou desde que Washington anunciou em abril o fim das isenções que tinha concedido a oito nações ou territórios para que seguissem comprando petróleo do Irã.

Como consequência, as autoridades iranianas ameaçaram bloquear o estratégico Estreito de Ormuz, que atravessa grande parte do petróleo mundial, se as sanções impostas pelos EUA, após se retirar do acordo nuclear de 2015, impedir suas exportações de petróleo, vitais para a economia do país.

Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita informaram que embarcações comerciais foram sabotadas nos arredores do Estreito de Ormuz, que separa os países árabes do Irã.

Em abril, a Guarda Revolucionária foi declarada uma organização terrorista. O exército americano era contra essa classificação, por temer represálias.

Ainda que parte significativa dos novos relatórios parecem estar centrados na prontidão iraniana de suas forças aliadas, os oficiais acreditam que um conflito seria disparado por um ato de provocação que partiria da marinha da Guarda Revolucionária.

Trump disse, na segunda (13), que se se os iranianos tentarem qualquer coisa, seria um erro grave.

Dentro do governo dos EUA, há divergências sobre como reagir ao Irã. Parte das autoridades considera que as ameaças iranianas se tornaram muito perigosas. Outros pedem uma saída diplomática para as tensões.

Não há plano para invasão terrestre – para isso, seriam necessários muito mais soldados, de acordo com as fontes ouvidas pelo jornal.

G1
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Um segundo avião com remédios e suprimentos médicos da China chegou à Venezuela nesta segunda-feira (13) como parte dos acordos de cooperação "técnicos humanitários" firmados entre o regime de Nicolás Maduro e o país asiático.

Um Boeing 747 pousou no aeroporto de Maiquetía, na região de Caracas, com 71 toneladas de medicamentos e equipamentos médico-cirúrgicos, informou o governo chavista em um comunicado à imprensa.

O carregamento inclui suprimentos para gestantes e medicamentos para tratamento de doenças respiratórias.
O ministro da Saúde do regime chavista, Carlos Alvarado, disse que, somada essa segunda carga à primeira entregue pela Rússia e pela Cruz Vermelha, a Venezuela recebeu 166 toneladas de remédios e suprimentos.

Alvarado também anunciou que está previsto que chegue nos próximos seis meses à Venezuela medicamentos e suprimentos médicos no valor de US$ 104 milhões.

Ele disse que, além da "assistência técnica humanitária", os medicamentos comprados diretamente da China também serão importados "para ajudar a reduzir o impacto do bloqueio criminoso perpetrado pelo império norte-americano".

O embaixador chinês na Venezuela, Baorong Li, disse esperar que os medicamentos reduzam os "danos causados por sanções estrangeiras", em uma alusão a medidas que incluem um embargo de petróleo em vigor desde 28 de abril.

Primeira ajuda
Em março, um carregamento com 65 toneladas de ajuda humanitária enviada pela China chegou com medicamentos e insumos médicos também pelo aeroporto de Maiquetía.

O regime chavista considerou a chegada da ajuda uma vitória contra o governo dos Estados Unidos. Na pista do aeroporto, o ministro da Indústria venezuelano, Tareck El Aissami, afirmou: "Estamos vencendo o pretenso cerco e o bloqueio".

A China, inclusive, é um dos países que mantiveram o reconhecimento a Nicolás Maduro como presidente da Venezuela. A Rússia também apoia o governo chavista, e enviou carregamentos de ajuda humanitária e guarnições militares à Venezuela – movimento criticado pelos EUA e pelo Brasil.

France Presse
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, disse hoje que a linha de crédito para empréstimos a caminhoneiros – para manutenção de veículos – pode dobrar, dependendo da demanda. Atualmente, o valor pré-aprovado do pacote de ajuda à categoria é de R$ 500 milhões.

O limite de cada empréstimo é de R$ 30 mil. “A gente deu uma pré-aprovação de R$ 500 milhões podendo chegar a R$ 1 bilhão, sem a menor dificuldade. Depende da demanda. Como todo banqueiro quero que o ativo que emprestei tenha o máximo rendimento e mantenha o seu valor”, disse em entrevista na sede do BNDES, no centro do Rio.

Levy lembrou que parte da compra de caminhões nos últimos anos foi financiada com recursos do BNDES e, por isso, tem interesse em manter a valorização dos veículos. “A ideia do empréstimo é dar condições para ter certeza de que em um momento de desafio para o setor, o caminhoneiro vai ter recursos para manter e preservar o capital dele”, disse.

Segundo o presidente, apesar do uso constante, um caminhão com a devida manutenção pode durar até 12 anos. “Um caminhão que atrase um pouquinho a manutenção do freio e começa a não ter o trabalho que precisa, é um capital que se deteriora rapidamente, além, obviamente, de todos os problemas de segurança nas estradas”, observou.

Liberação
Levy adiantou que recebeu hoje a sinalização do Ministério da Economia para liberar os empréstimos e ainda nesta terça-feira (14) vai se reunir com a diretoria para finalizar o modelo que já foi aprovado e está pronto para ser implementado. “A partir da semana que vem já está funcionando, porque a gente já teve o ok de Brasília”, garantiu.

O valor de R$ 30 mil, segundo ele, foi definido com base na capacidade de endividamento do caminhoneiro e também do custo da manutenção do veículo. “O caminhão é o principal ativo que o caminhoneiro tem. É a fonte de renda dele e a gente quer que aquilo esteja sempre em condições perfeitas”, disse.

Saneamento
Na entrevista no Rio de Janeiro, Joaquim Levy falou também sobre outra área em que o Banco deverá atuar mais, a de saneamento. Ele lembrou que, recentemente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o S na sigla BNDES tem que ser de mais investimentos em saneamento:

“A gente quer abrir este mercado para o setor privado para, realmente, poder levar o saneamento para todos os lugares do Brasil e não como hoje, ter mais esse deficit de 30% a 40% da população que, por exemplo, não tem esgoto. Trazer novas tecnologias novas maneiras de fazer isso de tal maneira que tenha esgoto barato e diminua as doenças e a poluição. Para isso a gente está trabalhando. Há muitas empresas privadas com interesse em investir no saneamento, desde que as leis estejam corretas".

Levy adiantou, que em princípio, a expectativa do banco é de desembolsos na casa de R$ 70 bilhões, mas que o valor que será reavaliado em junho.

O presidente do BNDES disse que tem conversado sobre saneamento com diversos governadores para avaliar como atrair o setor privado. Ele deu o exemplo do Amapa, estado onde a elaboração de um plano de saneamento, com a participação do setor privado, está avançada. As conversas também estão adiantadas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. “Aqui no Rio de Janeiro o governador tem demonstrado interesse em dar uma solução para a Cedae que, inclusive, ajuda o estado, porque vai ter gente que vai querer pagar para operar partes da Cedae, uma coisa muito bacana e transformadora para a cidade e para o estado”.

Joaquim Levy também elogiou a iniciativa do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que tem tido uma atuação "corajosa" e "eficaz" em abrir os serviços públicos para trazer dinheiro do setor privado. “Ele [Eduardo Leite] passou um referendo muito bacana na Assembleia do Rio Grande do Sul. Acho que isso abre uma série de oportunidades e o BNDES vai estar presente, assim como em Brasília, em todos os lugares em que o pessoal quer pensar em coisas novas e trazer o setor privado em diversas formas para soluções para a população brasileira. Assim a gente vai crescer”.

Agência Brasil
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