Novembro 30, 2024
Arimatea

Arimatea

Após receber duras críticas e questionamentos do Ministério Público Federal (MPF), o ministro da Justiça Sergio Moro determinou a realização de estudos para fazer alterações na portaria sobre "deportação sumária" de estrangeiros, publicada pelo ministro no mês passado.

Em um ofício enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) no último dia 21 e obtido pelo GLOBO, Moro afirma que o ministério assumiu "compromisso de realizar estudos para o eventual aprimoramento" após ter realizado uma reunião com diversos órgãos do governo e da sociedade. O ministro não acolheu, porém, o pedido para suspensão imediata da portaria.

"Esclareço ainda que foi realizada reunião neste ministério no dia 14 de agosto do corrente ano, com a participação, dentre outros, de representantes do Ministério das Relações Exteriores, Agência da ONU para os Refugiados, Defensoria Pública da União, Instituto de Migrações e Direitos Humanos, e também da Exma. Subprocuradora-geral da República Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Nessa oportunidade, houve debate sobre questões importantes acerca da portaria, tendo este ministério assumido o compromisso de realizar estudos para o eventual aprimoramento do normativo caso necessário", escreveu Moro no ofício encaminhado à PGR.

A portaria causou polêmica porque opositores do governo apontaram que ela tinha o objetivo de atingir o jornalista Glenn Greenwald, do site "The Intercept", que é estrangeiro e tem feito matérias sobre supostas conversas vazadas de Moro e integrantes da Lava-Jato. O ministério já negou que a portaria possa atingir o jornalista.

A medida também foi alvo de uma nota técnica da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e está sob investigação de um inquérito civil em andamento na Procuradoria da República do Distrito Federal, sob suspeita de que descumpre diretos e garantias fundamentais das pessoas estrangeiras e viola o devido processo legal ao prever a "deportação sumária de pessoa perigosa" e outros atos semelhantes. Também há movimento no Congresso para derrubar a medida.

Houve críticas à possibilidade de que a portaria não considere a presunção de inocência dos imigrantes. Neste sentido, o Conselho Nacional de Direitos Humanos, ligado ao ministério de Damares Alves, recomendou a suspensão da medida por contrariar "princípios basilares do Direito Internacional". A recomendação adverte que a portaria "concede excessivo poder às autoridades migratórias" com a recusa de ingresso no país "diante mera suspeita", contrariando a presunção de inocência. Também aponta que o procedimento de defesa é reduzido a 48 horas.

Em nota técnica feita após a recomendação de Moro, o chefe da divisão de estudos do Ministério da Justiça, Alcebíades Gomes Pereira Júnior, faz uma defesa jurídica da portaria, mas cita pontos passíveis de "aperfeiçoamentos". Um deles é adequar a portaria aos termos da Convenção de Genebra de 1951, que protege imigrantes e refugiados. O entendimento da Procuradoria Federal dos Direitos Humanos é que alguns pontos da portaria descumprem a convenção.

Outro ponto que pode ser revisto é sobre o acesso às informações que justificam uma possível deportação. A Procuradoria aponta que "ao estabelecer restrições à informação sob suposta necessidade de preservar as investigações, (a portaria) viola o direito ao contraditório e à ampla defesa da pessoa que teve impedido o seu ingresso ou esteja sujeita a repatriação ou deportação". Os procuradores dizem ainda que a figura da "deportação sumária" não tem previsão legal no ordenamento jurídico brasileiro.

"Busca-se, portanto, absorver as principais contribuições trazidas pelos parceiros, com vistas a sanear as críticas apresentadas", escreveu o chefe da divisão de estudos do MJ. Sobre a possibilidade de revogar imediatamente a portaria, ele escreveu: "Diante da legalidade da portaria, não se vislumbra motivos para suspensão imediata de seus efeitos".

Após a apresentação dos esclarecimentos pelo MJ, a Procuradoria da República no DF analisa a documentação para avaliar quais os próximos passos do inquérito civil. A análise está sendo feita pelo procurador Felipe Fritz Braga, que está atuando no caso durante esta semana.

O Globo
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A procuradora-geral da República Raquel Dodge solicitou ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) que suspenda novos pedidos de anulação de sentenças da Lava-Jato , formulados com base na tese de que os réus devem apresentar alegações finais só depois dos delatores, até que o plenário da Corte julgue o tema.

É a primeira vez que a Procuradoria-Geral da República se manifesta sobre o entendimento firmado nesta semana pela Segunda Turma do STF em um habeas corpus do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, que resultou na anulação da sentença dele proferida pelo então juiz Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba. Dodge argumenta que é necessário suspender os novos pedidos para evitar uma sensação de "insegurança jurídica", pois processos podem ser anulados e depois validados.

"O sobrestamento momentâneo quanto à apreciação de eventuais pedidos dessa natureza tem o condão de evitar uma situação de incerteza e insegurança jurídica em centenas de condenações criminais, que seriam anuladas com base no entendimento da 2ª Turma – e, em seguida, revalidadas, na hipótese de o Plenário do STF pronunciar-se em sentido diverso do decidido na sessão do dia 27 de agosto de 2019", escreveu a PGR.

A manifestação de Dodge foi enviada ao ministro do STF Ricardo Lewandowski em resposta a um novo habeas corpus, este movido pelo ex-executivo da Engevix Gerson Almada. Com base no mesmo precedente, Almada solicitava a anulação de sentenças condenatórias suas. Dodge argumentou que a tese não pode ser aplicada no caso de Gerson, porque ele não havia argumentado na primeira instância que desejava apresentar alegações finais após os delatores.

Para a PGR, só seria possível aplicar o precedente caso o réu tenha manifestado isso desde o primeiro momento em suas ações penais, como foi o caso de Bendine. Gerson Almada só apresentou agora o argumento e por isso não caberia anular sua sentença, afirmou Dodge.

Discordância da Turma
A procuradora-geral escreve ainda que discorda do entendimento firmado no caso de Bendine, porque não existe previsão legal para que os delatores apresentem alegações finais antes dos demais réus.

"Adiante-se que esta PGR - tal qual defendido em contrarrazões ofertadas ao agravo regimental interposto nestes autos por Aldemir Bendine -, não concorda, com a devida venia, com a tese firmada no julgamento acima referido, entre outros motivos por que o art. 403 do CPP é claro ao estabelecer prazo comum aos corréus para apresentarem contrarrazões, sem fazer distinção entre colaboradores e não colaboradores. Justamente diante da clareza dessa previsão legal, o procedimento usualmente adotado no curso de ações penais que tramitam não apenas perante a 13ª Vara da SJ/PR, mas também perante outros Juízos, tem sido o de, aplicando-se o CPP, conceder-se prazo comum aos corréus, colaboradores ou não, para apresentarem alegações finais. Essa tem sido a praxe, conforme esta PGR pôde aferir a partir de informações obtidas junto a procuradores da república de todo o país", escreveu.

Ao final de sua manifestação, ela solicita ao STF "que demais pedidos de reconhecimento de nulidade de condenação criminal, apresentados a essa Suprema Corte com base no entendimento firmado no julgamento da 2ª Turma ocorrido na sessão do dia 27 de agosto de 2019, sejam apreciados após o julgamento, pelo Plenário do STF, do HC n. 166373".

O Globo
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Os municípios, com até 100 mil habitantes, vão receber nos próximos meses R$ 44,2 milhões do Ministério da Saúde para que possam adquirir câmaras frias a fim de ampliar a estrutura de armazenamento de vacinas e imunobiológico. A liberação dos recursos foi acertada durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite, realizada esta semana em Brasília.

A medida tem por objetivo garantir a qualidade dos imunobiológicos ofertados à população e a execução da Política Nacional de Imunizações dentro do padrão de qualidade e segurança do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Entre as vantagens da câmara fria estão o controle real da temperatura e sua distribuição homogênea, o processamento dos dados que permite acompanhar qualquer alteração no equipamento e ainda a disponibilização de bateria, caso ocorra queda de energia. Com isso, é possível garantir a qualidade e a eficácia da vacina aplicada na população, além de evitar a perda desses insumos por conta das variações de temperatura”, disse o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Julio Croda.

De acordo com o ministério, além do critério do número de habitantes, o município precisa ter implantado o sistema de informação nominal do Programa Nacional de Imunizações e não dispor de uma câmara refrigerada.

O dinheiro será liberado na modalidade fundo a fundo, em parcela única, pelo Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e/ou Municipais, por meio do Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde, no Grupo de Vigilância em Saúde. Todos os procedimentos e critérios para o repasse dos recursos financeiros serão divulgados em portaria que o ministério publicará em breve.

Agência Brasil
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Passaram-se quatro anos entre o dia em que o funcionário público Eduardo Furquim, 53 anos, decidiu parar de fumar e o momento em que ele largou definitivamente o cigarro. “O vício já estava bem impregnado. Eu conseguia diminuir a quantidade por dia, mas não conseguia parar”, disse. Ele aponta que o grupo de apoio, junto com outros fumantes, que ele frequentou durante oito meses, na Freguesia do Ó, zona leste paulistana, foi fundamental para superar o tabagismo. A doença mata 428 pessoas por dia no Brasil, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde. Nesta quinta-feira (29) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

Furquim fez parte do Programa Municipal de Combate ao Tabagismo, ofertado em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Atenção Psicossocial (Caps), do Sistema Único de Saúde (SUS). Além do uso de medicamentos no tratamento antitabaco, são oferecidos serviços complementares, como grupos terapêuticos, trabalhos corporais, atividades físicas e práticas de medicina tradicional chinesa. Em São Paulo, o programa funciona desde 2006 e atendeu, até agora, 76.730 pacientes utilizando uma abordagem cognitiva comportamental.

Ao longo de 8 meses, o funcionário público encontrou outras pessoas que também tentavam interromper o vício. “Foram reuniões semanais, depois quinzenais e, por fim, mensais. A gente discutia quais eram as dificuldades, o que dava aquele start em cada um para dar vontade de fumar. O grupo teve um papel fundamental. As dificuldades que eu tinha, eu achava que eram só minhas. E isso era debatido no grupo e via que não era assim”, disse. Para acessar esses serviços, é preciso procurar a UBSs mais próxima.

Terapias alternativas
Acupuntura, homeopatia e práticas corporais como tai chi chuan e liang gong são algumas das terapias ofertadas na rede municipal. “Essas práticas acabam cuidando da saúde das pessoas como um todo, estão voltadas para promoção da saúde e prevenção de doenças”, explicou Emílio Talesi Júnior, médico da área técnica de praticas integrativas e complementares da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Ele aponta que a auriculoterapia, uma modalidade da acupuntura, é dos serviços mais buscados para ajudar no combate ao vício do tabaco.

Talesi Júnior avalia que, ao longo dos últimos 20 anos, período em que atua com práticas integrativas na saúde, a busca por terapias alternativas têm sido cada vez mais frequente. “A procura é cada vez maior da população, que vem querendo, procurando. Essa busca da população é até um fator que favorece a expansão desse campo. E o preconceito vem caindo também entre os próprios profissionais de saúde que também querem aprender novas tecnologias”, avaliou.

Furquim destaca as dificuldades em abandonar o vício e aponta como fundamental o apoio recebido. “Não é fácil. Tem que ter muita força de vontade. Quem me vê hoje e me viu uns anos atrás não acredita que sou a mesma pessoa”, disse. Mais de 10 anos longe do cigarro, a saúde pulmonar dele pode ser comparada à de um não fumante, segundo profissionais do Hospital Sírio-Libanês.

Doença
O tabagismo é uma doença (dependência de nicotina) que tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer, como de pulmão, de laringe, de faringe, do esôfago, do estômago, do pâncreas, do fígado, de rim, da bexiga, do colo de útero e leucemia.

O Inca informou que os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. “Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes. Além disso, envelhecem mais rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo”.

Furquim lista os benefícios físicos e sociais conquistados com o fim do vício. “Voltei a sentir o sabor dos alimentos e a respiração melhorou muito. Hoje, eu pratico luta marcial, natação e musculação. Tanto a luta quanto a natação, inclusive, eu faço com meu filho mais novo”, disse o funcionário público, que começou a fumar aos 16 anos. A decisão de parar veio com o nascimento do segundo filho, que hoje tem 12 anos. “Eu não queria ser uma influência negativa”.

Tabagismo
O estudo “A Curva Epidêmica do Tabaco no Brasil: Para Onde Estamos Indo?”, lançado nesta quinta-feira pelo Inca analisa as tendências temporais da taxa de mortalidade por câncer de pulmão no Brasil. O tabagismo mata mais da metade de seus usuários e é responsável por 8 milhões de mortes mundialmente por ano, sendo a principal causa de morte evitável.

A estimativa é que surjam 2 milhões de novos casos de câncer de pulmão em 2019 no mundo, sendo o primeiro tipo de câncer entre os homens e o terceiro entre as mulheres. No Brasil, a estimativa é de 31.270 novos casos este ano, com 27.931 óbitos por câncer de pulmão registrados no país em 2017.

Agência Brasil
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Mais de 112 mil alunos de escolas públicas e particulares já estão cadastrados para visitar a 19ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que será aberta hoje (30), às 9h. O número representa o dobro dos estudantes inscritos na edição anterior, de 2017. Desde a primeira edição da Bienal, o total de estudantes que participou do evento supera 1,5 milhão.

O projeto Visitação Escolar tem o objetivo de aproximar crianças e adolescentes do universo literário e se destina a alunos na faixa etária de 6 a 14 anos, que terão seis dias especialmente reservados para eles, com benefícios diferenciados. A visitação escolar ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Alunos de escolas públicas indicadas por secretarias de Educação parceiras têm gratuidade na visita e ainda recebem das prefeituras e do estado um “dinheiro” customizado para que possam sair do evento com, pelo menos, um livro. Professores e bibliotecários têm acesso gratuito à Bienal.

Pela estrada a fora
A Bienal Internacional do Livro do Rio decidiu dar uma repaginada em sua planta arquitetônica no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, e oferece ao público, logo na entrada, um pavilhão inteiramente voltado às crianças, para facilitar a visitação das famílias e atendendo à demanda apresentada na edição anterior.

Com o tema “Pela estrada a fora”, as crianças andarão por uma floresta cenográfica e terão a impressão de estar entrando dentro de um livro, onde poderão percorrer várias tocas ilustradas com desenhos que remetem a contos clássicos da literatura. Nesse ambiente, montado em área de 500 metros quadrados, os visitantes mirins ouvirão sons de animais e sentirão a passagem do tempo por meio da gradação de luz. Passarão ainda por uma clareira, onde desenvolverão várias atividades, e por uma cabana, que reviverá a floresta no ambiente noturno.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), um dos organizadores da Bienal, Marcos da Veiga Pereira, “essa é a nossa ideia de fazer uma viagem por dentro do livro e da leitura. É o poder de viajar que o livro transmite, principalmente para as crianças. Elas estarão entrando na história, literalmente”.

Às 10h15, o Pavilhão Laranja abriga a oficina “Brincar sem fronteiras”, promovida pela Fundação Dorina, que promove a interação de crianças videntes e com deficiência visual. No local, os pequenos visitantes são convidados a participar de brincadeiras que ensinam o respeito às diferenças e a superação das desigualdades, por meio de jogos eletrônicos e de tabuleiro.

Ingressos
Toda a comunidade do livro, integrada por editores, livreiros, autores, estará presente na abertura oficial da Bienal, que se estenderá até o dia 8 de setembro. Os ingressos podem ser adquiridos no site www.bienaldolivro.com.br. A entrada inteira custa R$ 30 e a meia, R$ 15. A venda pelo site permite que o público possa se organizar para ir à Bienal no dia que preferir. Com o ingresso na mão, o visitante não enfrentará filas.

Outra modificação feita pela organização da feira é que, este ano, o evento terá duas entradas, pelas avenidas Salvador Allende e Olof de Palme, que contam com estações de BRT. Quem for de automóvel poderá estacionar no local e em vagas extras colocadas à disposição do público nos fins de semana no Condomínio Ilha Pura, localizado ao lado do Riocentro.

Para facilitar o trânsito, a Companhia de Engenharia de Tráfego do município do Rio de Janeiro (CET-Rio) montou esquema especial. A recomendação é que as pessoas deem preferência ao transporte público. Para que não haja problemas, a Secretaria Municipal de Transportes programou aumento de 20% na frota de ônibus que circula no entorno do Riocentro, nos horários de pico.

A operação montada pela CET-Rio contará com 70 pessoas, entre agentes da Guarda Municipal, controladores da companhia e apoiadores de tráfego. Serão utilizados nove veículos operacionais e 12 motocicletas. Equipes no Centro de Operações Rio (COR) farão o monitoramento com câmeras na área de entorno do evento.

A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) fará a limpeza da área externa do Riocentro diariamente, incluindo o entorno e as vias de acesso aos pavilhões. Serão distribuídos ainda 15 contêineres para os frequentadores fazerem o descarte correto do lixo, que será removido com o apoio de um caminhão compactador.

Japão
Pela primeira vez, nesta edição, a Bienal vai homenagear um país oriental. O escolhido foi o Japão, que tem uma tradição importante com o livro. “É um país que valoriza, que tem um cuidado com a leitura. Você vai ao Japão, anda nos transportes públicos e vê como os japoneses leem. Isso é uma coisa muito importante para nós”. Pereira observou que apesar de a cultura japonesa ser diferente da nossa, o Japão tem vários autores traduzidos para o idioma português. E, por meio de desenhos conhecidos como mangás, os japoneses influenciam ilustradores em todo o mundo, inclusive no Brasil, como o escritor e cartunista Maurício de Sousa. “Toda a turma da Mônica jovem tem uma relação com o mangá. Então, é um orgulho para nós ter o Japão como país homenageado”, disse o presidente do Snel.

Também nesta edição da Bienal, as escritoras Ana Maria Machado e Ruth Rocha serão homenageadas pelos 50 anos de carreira na literatura. Marcos da Veiga Pereira informou que, juntas, essas duas autoras têm mais de 40 milhões de livros vendidos, quase 200 livros publicados. “Vai ser uma homenagem muito justa e para mim, particularmente, muito querida, porque fui editor das duas no início da minha carreira. Por isso, a homenagem tem gosto especial”.

Professores
Para os professores em especial, a Bienal Rio 2019 vai oferecer, nos dias 2 e 3 de setembro, o Fórum de Educação. “Vamos conversar sobre educação. Porque a gente acredita que essa é a força motriz de transformação da sociedade. Quando a gente fala de livro, tem que falar de educação e cultura. É preciso um investimento muito sério e consistente para pensar em ter efetivamente um país mais justo, onde a gente consiga crescer e dar qualidade de vida à população brasileira”, afirmou o presidente do Snel.

Durante o fórum, os educadores poderão dialogar com várias plataformas e unir saberes e conhecimento para encarar o desafio de educar em um mundo em transformação.

Conteúdo
O diretor de Marketing e Conteúdo da Bienal, Bruno Pereira Henrique, disse que as expectativas são as melhores para essa edição do evento em relação ao conteúdo. “A gente está com um conteúdo diverso e abrangente para todos os públicos”. Cerca de 300 autores brasileiros e internacionais participarão da Bienal.

O Café Literário, já conhecido do público, trará discussões sobre temas diversos, que vão desde governos, fé, religião, meio ambiente, até identidade de gênero, por exemplo. Serão dez dias de programação ininterrupta, nos quais os escritores debaterão com o público vários assuntos, incluindo as fake news. O Café Literário preparou também uma surpresa este ano para os visitantes, que é assistir ao encontro e participar da conversa de dois representantes da música brasileira: Martinho da Vila e Elza Soares.

A Arena Jovem, que passa a se chamar Arena Sem Filtro, vem com o dobro de participantes que teve na última Bienal. Bruno Henrique destacou que é “gente bacana também, falando sobre os mais diversos temas”. Marcos da Veiga Pereira ressaltou que o espaço traz jovens autores do Brasil e internacionais das mais diversas categorias de publicação, desde romancistas a poetas, biógrafos, ensaístas que escrevem sobre política, sobre gastronomia, história. “Enfim, é uma Bienal para todos os públicos”. Na última edição, realizada em 2017, a procura pelo local dedicado aos debates de interesse dos jovens cresceu 344%, com a capacidade sendo ampliada de 90 para 400 lugares.

Público
Em termos de público, a expectativa é de sucesso “mais uma vez”, disse o diretor. Considerado o maior evento cultural do país, a Bienal espera receber mais de 600 mil visitantes nos oito dias de funcionamento. “Agora é contagem regressiva e temos as melhores expectativas possíveis para o evento”.

O presidente do Snel, Marcos da Veiga Pereira, estimou que se esses 600 mil visitantes saírem da Bienal com três a quatro livros, isso já representará um total de 2 milhões de livros vendidos. Na última edição, a média foi de 5,5 livros comprados por pessoa.

Cerca de 520 expositores participam da Bienal Rio 2019. Na avaliação do presidente do Snel, o mais importante para quem vai à Bienal é a experiência. “A venda é importante, porque é a maneira de os expositores remunerarem seu investimento, mas o fundamental é a experiência do visitante. O principal é ele estar feliz por ter dedicado seu dia ao livro, à leitura e a conhecer os autores. Essa é a grande magia da Bienal”.

Apoio
A Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro é promovida pelo Snel e GL exhibitions e apresentada pela Microsoft. O investimento no evento atingiu mais de R$ 44 milhões. A feira tem apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, por meio da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da cidade do Rio de Janeiro.

Inclusão digital
A Microsoft participa pela primeira vez da Bienal, levando ao público tecnologias que podem ajudar a incluir mais pessoas no universo da leitura, além de facilitar a aprendizagem com recursos que beneficiam alunos e professores. O objetivo da empresa é ampliar o acesso à leitura para todos os brasileiros.

No Espaço de Leitura e Aprendizagem, ocorrerão de hora em hora, em parceria com o Instituto Crescer, sessões demonstrativas do uso de inovações tecnológicas no ambiente de sala de aula, como Inteligência Artificial, e da aplicação do recurso na plataforma inclusiva Microsoft Learning Tools, que é um conjunto de ferramentas gratuitas que possibilitam o aperfeiçoamento da leitura, escrita e compreensão de textos dos alunos, independentemente de idade e habilidades.

Uma dica interessante para as pessoas que visitarem o espaço da Microsoft é a AcademIA. Essa plataforma apresenta cursos gratuitos de inteligência artificial que estimulam a capacitação na tecnologia para estudantes e profissionais, com o objetivo de prepará-los para os empregos do futuro.

Haverá também um espaço para os programas educacionais gratuitos da companhia, incluindo a Comunidade de Educadores Microsoft, que é dedicada a professores e profissionais de educação que pretendem adotar tecnologia nos processos de ensino e aprendizagem.

Agência Brasil
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O número de vagas de estágio e aprendizagem cresceu 6,1% nos sete primeiros meses de 2019 em relação a igual período do ano anterior. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (29), são Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), entidade filantrópica sem fins lucrativos.

Segundo o levantamento, a região Centro-Oeste foi onde houve maior aumento do número de vagas no período: 7,1%, seguido pela região Nordeste (6,6%), e a região Norte (4,5%). Entre os estados, São Paulo foi o que abriu mais vagas, com elevação de 5,6%.

A pesquisa apontou ainda que entre as áreas mais buscadas para estágio continuam sendo as ligadas a graduações tradicionais: direito, pedagogia e administração. Também aparecem com destaque ciências contábeis e engenharia civil.

Agência Brasil
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, conversaram sobre a Amazônia com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante encontro na Casa Branca nesta sexta-feira (30).

"Conversamos muito sobre a Amazônia porque tem havido muitas notícias sobre isso. Mas estamos conscientes do quão importante a Amazônia é ao mundo", afirmou Araújo.

O chanceler brasileiro também disse que "cooperações específicas para combater o fogo" são "bem vindas". "O Brasil está com a tarefa principal [de combater os incêndios] porque somos capazes disso, e estamos prontos para termos sucesso."

"Dados mostram que o fogo está sendo extinto, mas estamos aceitando cooperações individuais para combater os incêndios", completou Araújo.

Ainda de acordo com o chanceler, a comitiva brasileira também agradeceu Trump pela atuação na reunião do G7 em Biarritz "ao contestar ideias que surgiram, infelizmente, de relativizar a soberania brasileira sobre a Amazônia".

"O presidente Trump foi completamente contra isso, tanto pela amizade com o Brasil quanto por compartilhar da visão de mundo de que não é assim que o mundo funciona, que temos um mundo de nações soberanas, nações independentes, que devem cooperar sim – inclusive na questão ambiental."

G1
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta sexta-feira (30) envolvimento norte-americano na suposta explosão de um foguete no Centro Espacial Khomeini, no Irã, um dia antes.

"Os Estados Unidos da América não estão envolvidos no catastrófico acidente ocorrido durante os preparativos finais para o lançamento do Safir SLV no Semnan Launch Site One", escreveu Trump, no Twitter.

"Desejo tudo de melhor ao Irã e boa sorte em elucidar o que aconteceu no local", completa a mensagem.

Fontes ligadas ao governo dos EUA disseram à imprensa norte-americana que um foguete destinado ao lançamento de satélites iranianos explodiu na quinta-feira.

Ao negar envolvimento dos EUA no incidente, Trump publicou uma imagem de satélite em que aponta danos em:

  • Veículos de apoio
  • Trailer com propulsor
  • Lançador do foguete
  • Torre de serviço

Até o momento, o Irã não confirmou a explosão nem deu detalhes sobre o que teria ocorrido.

Para que serviria o foguete?
Os EUA vêm criticando o desenvolvimento de foguetes iranianos por considerar que eles são a antessala da fabricação de mísseis balísticos para lançamento de ogivas nucleares.

O governo do Irã, porém, nega a acusação e insiste que os foguetes para lançamento de satélites têm fins pacíficos.

Desde a retirada dos EUA do pacto nuclear formado com o governo iraniano, a relação entre os dois países piorou. Trump vem pressionando economicamente o Irã com sanções econômicas, enquanto o governo de Hassan Rohani deixou de cumprir com compromissos ainda acertados com outros países, principalmente na Europa.

Na cúpula do G7 em Biarritz – na qual o chanceler iraniano compareceu, de visita –, o presidente da França, Emmanuel Macron tentou abrir um contato entre Irã e EUA. No entanto, os líderes dos dois países evitaram uma aproximação maior.

G1
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O furacão Dorian, que está perto da Flórida, nos Estados Unidos, deve ganhar força nas águas quentes perto da terra, se expandir e se tornar um furacão de categoria 4 antes de atingir o estado na semana que vem, de acordo com previsões desta sexta-feira (30).

O Centro Nacional de Furações dos EUA emitiu um comunicado para o noroeste das Bahamas e disse que o risco de “ventos de força devastadora ao longo da costa leste da Flórida no final do fim de semana ou no começo da semana que vem continuam a crescer”.

O furacão começou como categoria 2, mas na tarde desta sexta já atingiu a categoria 3, com ventos sustentados de 185 Km/hora.

O estado da Flórida inteiro está sob declaração de emergência. O governador Ron DeSantis convocou 2.500 tropas da Guarda Nacional e outras 1.500 estarão de prontidão.

A previsão é de que o furacão cresça à medida que seu avanço se torna mais lento nas águas quentes perto da costa, e chegue à terra no fim de segunda (2) ou no começo da terça (3).

Os ventos, no entanto, podem ser sentidos mais cedo na Flórida, já no sábado (31) à tarde.

Preparações nos EUA
Não foram ordenadas retiradas de pessoas, mas muitos esperam que a trajetória do furacão fique mais clara depois que ele aterrissar.

Se, como esperado, ele alcançar a categoria 4 no domingo (1), seus ventos vão estar a mais de 208 quilômetros por hora.

A movimentação do próprio furacão é de 19,2 quilômetros por hora, mas pode se desacelerar para um terço disso. Quanto mais lenta a marcha, mais tempo ele tem para puxar "combustível" do mar quente.

Modelos recentes do Centro Nacional de Furacões mostram que ele deverá bater no meio do estado, mas, a previsão anterior era que isso aconteceria um pouco mais ao sul.

Ele pode se arrastar em direção a Orlando na terça (3) ou na quarta (4), perdendo força à medida que se afasta do mar.

Outros modelos do Centro Nacional de Furacões mostram que ele está direcionado ao sul, para Miami, antes de atingir a península, ou para o norte, para a costa da Georgia.

Deve haver chuvas também, que podem causar enchentes que representam riscos de vida, de acordo com os meteorologistas.

Trump cancelou viagem
O presidente Donald Trump cancelou uma viagem que estava agendada para a Polônia e enviou o vice, Mike Pence, em seu lugar, para poder monitorar as reações ao furacão.

“Agora, parece que pode ser um monstro absoluto”, disse Trump em um vídeo postado em uma rede social. Ele disse que comida e água estão sendo enviadas à Flórida.

DeSantis, o governador, disse que os moradores do estado precisam levar o furacão a sério. “Agora é a hora de se preparar e ter um plano”, ele escreveu.

O governador da Georgia, Brian Kemp, declarou estado de emergência em 12 condados, para poder responder com prontidão.

Angela Johnson, uma gerente de bar de 39 do sul da Flórida manifestou sua preocupação. “Nós acordamos com mais medo do que quando fomos dormir” disse Johnson, que trabalha no bar Coconuts On The Beach na cidade de Cocoa Beach.

Autoridades estão enviando sacos de areia para que os moradores possam usar como barreira.

O furacão Dorian pode também atingir dezenas de plataformas de lançamento da Nasa, das Forças Aéreas dos EUA e de empresas privadas como a SpaceX, de Elon Musk, e a Blue Origin, de Jeff Bezos.

Reuters
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A proposta de orçamento para o ano de 2020, divulgada nesta sexta-feira (30) pelo Ministério da Economia, prevê aumento do salário mínimo dos atuais R$ 998 para R$ 1.039 a partir de janeiro do ano que vem - com pagamento em fevereiro.

O valor está abaixo da previsão anterior, feita em abril, de que o salário mínimo avançaria para R$ 1.040 em 2020.

A explicação é que o governo previu a correção do salário mínimo do próximo ano apenas pela variação da inflação de 2019 - que, por conta do fraco ritmo de crescimento da economia, está menor do que a estimativa feita em abril.

A previsão do governo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2019 ficou em 4,02%. Ao prever, em abril, salário mínimo de R$ 1.040 para o ano que vem, a previsão era de que a variação do INPC fosse de 4,19% neste ano.

Mesmo assim, essa será a primeira vez que o salário mínimo, que serve de referência para mais de 45 milhões de pessoas, ficará acima da marca de R$ 1 mil.

Sem aumento real
Ao propor uma correção do salário mínimo para o ano que vem com correção somente pela inflação, o governo indicou, pelo menos em um primeiro momento, que não vai adotar uma política de aumentos reais (acima da inflação) - que vinha sendo implementada nos últimos anos, proposta pela então presidente Dilma Rousseff, depois de aprovada pelo Congresso.

A política de reajustes pela inflação e variação do PIB vigorou de 2011 a 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação.

Em 2017 e 2018, por exemplo, foi concedido o reajuste somente com base na inflação porque o PIB dos anos anteriores (2015 e 2016) teve retração. Por isso, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação serviu de base para o aumento.

Economia de R$ 300 milhões
Cálculo feito pelo G1 mostra que, ao propor um salário mínimo R$ 1 menor do que o estimado anteriormente, o governo vai economizar cerca de R$ 300 milhões no próximo ano.

Isso porque os benefícios previdenciários não podem ser menores que o valor do mínimo. De acordo com cálculos oficiais do governo, o aumento de cada R$ 1 para o salário mínimo implica despesa extra de, no mínimo, R$ 300 milhões.

G1
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