Cinzas e renovação
Cinzas e renovação: tempo de encontro. A liturgia da Quarta-feira de Cinzas nos chama à verdadeira conversão: “Rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Jl 2, 13).
Traz um belíssimo itinerário em suas celebrações: vivemos, nesta Quarta-feira de Cinzas, a beleza um tempo que nos leva ao processo de renovação através de um tempo de encontro. Entramos no tempo da Quaresma, mas vivemos um tempo de preparação, de esperança, de reflexão.
Na última quarta-feira, eu trouxe uma mensagem sobre o silêncio e a interiorização e, nada mais importante, a partir desta Quarta-feira de Cinzas, do que vivermos bem essa passagem de um tempo de máscaras e festas seculares para a reserva que nos permite o encontro verdadeiro com o Filho de Deus. É tempo de nos despirmos de todos os adornos e estarmos tal como somos: limitados, falhos, com feridas e fendas, mas com o coração cheio do desejo por viver bem esse tempo.
Cinzas e renovação: tempo de encontro
Esse encontro com nosso verdadeiro “eu”limitado, mas potencial; adoecido, cheio de coisas sãs, convida-nos, diretamente, a viver bem esses 40 dias nos preparando para a Páscoa do Senhor. É no escondido e no silêncio que nos encontraremos. Podemos pensar nesse tempo como um tempo de aprendizado, de jejum, da esmola e oração, totalmente desprovido de luzes, câmeras e curtidas. É o fazer no escondimento, no significado que levará você ao encontro verdadeiro com Deus.
Sim, somos finitos, e aí se encontra outra beleza litúrgica da fé católica: ao recebermos as cinzas impostas, além de um aspecto devocional, nos deparamos com a nossa transitoriedade, de que voltaremos ao pó de onde saímos. Somos mortais e necessitamos da graça de Deus, e também temos ciência e nos arrependemos.
E já que falamos da nossa humanidade, podemos pensar juntos: será que tenho conseguido deixar de lado meus apegos, medos, dificuldades de relacionamento? O que preciso abandonar para me comprometer com uma vida nova? Quais são meus limites, quais são as coisas que me impedem de ser melhor para o outro?
Esse tempo de convergir, de conversão, de nova rota, é tempo de deixar para trás tudo o que nos afasta de Deus!
E deixar nunca é algo muito fácil, porque, precisaremos abandonar o que, num primeiro momento, parece mais cômodo e agradável, para alargar nosso coração, tantas vezes escravo do egoísmo. Não é apenas um ato de jejuar, praticar as boas obras e de orar. Vai muito além disso: é a entrega para um tempo novo, na certeza que esse é um tempo favorável. A liturgia das cinzas e renovação e a pedagogia da santidade.
Deixar algo que não nos tem importância é simples, porém, é a doação que nos custa, que valorizamos, e exige nosso esforço e empenho pessoal e espiritual isso sim dará o real sentido da Quaresma.
Seja concreto, que a penitêncoa quaresmal nos ajude a lutar contra o pecado e a nos aproximar mais do Cristo.
Viva bem esse tempo favorável.
Deus abençoe você!
Elaine Ribeiro
CANÇÃO NOVA
Portal Santo André em Foco
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