Os contratos futuros de petróleo operam em queda nesta terça-feira (7), após terem alcançado o patamar de US$ 70 na véspera, à medida que os investidores reconsideravam a probabilidade de impactos imediatos sobre a oferta no Oriente Médio em meio à tensão entre Estados Unidos e Irã.
Por volta das 9h05 (horário de Brasília), o petróleo Brent, principal referência internacional, recuava 0,64 dólar, ou 0,93%, a US$ 68,27 por barril. O petróleo dos Estados Unidos caía 0,51 dólar, ou 0,81%, a US$ 62,76 por barril, segundo a Reuters.
Os preços subiram nas duas sessões anteriores, com o Brent alcançando seu maior nível desde setembro e o petróleo dos EUA subindo para seu patamar mais forte desde abril.
Na véspera, o barril de Brent fechou em alta de 0,45%, a US$ 68,01, após ter chegado a tocar US$ 70,74, na segunda sessão seguida de avanço no preço da commodity. Já o barril dos EUA fechou a US$ 63,27, após bater US$ 64,72 na sessão.
Os preços haviam saltado mais de 3% na sexta-feira, depois que um ataque aéreo dos EUA no Iraque matou o comandante militar iraniano Qassem Soleimani, aumentando as preocupações sobre uma escalada nos conflitos no Oriente Médio e o possível impacto das tensões sobre o fornecimento de petróleo.
"Os mercados de petróleo estão percebendo que provavelmente não veremos uma guerra total no Oriente Médio e que é necessária paciência para esperar a resposta do Irã ao assassinato de seu poderoso general militar", avaliou Edward Moya, analista de mercado financeiro da corretora Oanda.
Após uma forte alta no início da sessão da véspera, o petróleo devolveu parte dos ganhos ao longo do dia, diante de crescentes dúvidas sobre a possibilidade de o Irã contra-atacar de uma maneira que afete as ofertas globais da commodity.
"Ainda acreditamos que, na falta de retaliação ou de disrupções, os preços do petróleo vão tender a recuar durante o primeiro trimestre de 2020, com o mercado permanecendo bem-abastecido durante o primeiro semestre", disseram analistas do ING em nota.
A consultoria Eurasia disse que o Irã provavelmente focará alvos militares norte-americanos ao invés de instalações petrolíferas. Segundo a Eurasia, não são descartadas ameaças contra embarcações comerciais ou infraestruturas de energia, mas a expectativa é que atividades nesse sentido não sejam"severas".
Oferta global
No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor sanções ao Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), caso as tropas dos EUA sejam forçadas a se retirar do país.
A região é responsável por quase metade da produção mundial de petróleo, enquanto um quinto dos embarques mundiais da commodity passa pelo Estreito de Ormuz.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires não acredita em uma disparada importante de preços, a não ser que eventos extremos aconteçam, uma vez que a demanda global pelo petróleo não está alta e que a produção dos países que não pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se tornou mais relevante nos últimos anos.
G1
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