O dólar opera em alta nesta terça-feira (30), na véspera das decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e Banco Central do Brasil, e com os mercados ainda de olho nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Às 11h44, a moeda norte-americana tinha alta de 0,26%, a R$ 3,7929.
Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,29%, vendido a R$ 2,7830.
Tanto o Fed, nos Estados Unidos, quanto o Copom, no Brasil, se reúnem já nesta terça-feira, mas as decisões sobre a taxa de juros de cada país será anunciada apenas na quarta. Dessa forma, operadores ficam em compasso de espera neste pregão e o dólar segue movimentos técnicos, destaca a Reuters.
"Ele (o dólar) fica técnico, mas evitando excessos. Não tem muito porque descolar acima de R$ 3,80 ou ir abaixo de R$ 3,75 até a decisão do Fed e a sinalização", disse à agência Cleber Alessie Machado, operador da corretora H.Commcor, acrescentando que a ligeira alta do dólar pode estar atrelada à formação da taxa Ptax de fim de mês, também na quarta-feira (31).
As expectativas já estão consolidadas em direção a um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Fed, o que leva agentes financeiros a concentrarem as atenções principalmente em possíveis sinalizações do banco sobre a trajetória futura da política monetária.
Sinais conflitantes, que de um lado apontam para resiliência da economia norte-americana, mas por outro indicam a continuidade de pressões que podem desacelerá-la, deixam investidores no aguardo da reação do banco central dos EUA.
As apostas de corte foram reforçadas pela divulgação de dados sobre os gastos dos consumidores norte-americanos e dos preços, que subiram moderadamente em junho, apontando para um crescimento econômico mais lento e uma inflação benigna.
"Considerando que venha um corte de 0,25, vai ser muito importante a sinalização se tem mais um corte por vir ou se tem mais alguns cortes por vir. Pela curva, tem mais cortes por vir, mas precisa ver como o Fed vai expor isso ao mercado", afirmou Alessie Machado à Reuters.
Juros mais baixos nas principais economias do mundo melhoram a relação risco/retorno para aplicações em ativos de mercados mais arriscados, como os emergentes, o que pode estimular entrada de capital para o Brasil, puxando a cotação do dólar para baixo no país.
No caso do Copom, as apostas estão ainda mais consolidadas em torno da redução de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic, atualmente em 6,50% ao ano, para uma nova mínima histórica.
Da mesma maneira, o mercado se atentará a pistas que o BC dará sobre decisões futuras, visto que a pesquisa Focus vem indicando que o mercado espera a Selic em 5,50% ao fim de 2019.
Outro fator que também corrobora para a cautela adotada antes das decisões de juros no Brasil e EUA é a retomada das negociações comerciais entre chineses e norte-americanos, com foco na questão das compras de produtos agrícolas dos EUA pelos chineses, uma das precondições estabelecidas para reiniciar as conversas.
G1
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