Em meio às investigações feitas pela Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (13), que não tem muito contato com seu filho Jair Renan, conhecido como 04, acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. O chefe do Executivo afirmou não saber se ele "está certo ou se está errado" e completou dizendo esperar "que Deus o proteja".
Bolsonaro se reuniu com lideranças evangélicas num encontro no Palácio do Alvorada, na capital federal, fora da agenda oficial. Na ocasião, o presidente reclamava de "pancadas" que recebe diariamente pela imprensa e comentou o último episódio, que envolve o filho mais novo entre os homens.
"O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém conhece ele, vive com a mãe, há muito tempo está longe de mim, mas recebo ele de vez em quando aqui. Tem a vida dele, não sei se está certo ou se está errado, mas peço a Deus que o proteja", declarou Bolsonaro.
Jair Renan é o quarto filho de Bolsonaro, fruto do relacionamento com Ana Cristina Valle. O filho mais novo do chefe do Executivo mora com a mãe numa mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília.
Recentemente, o 04 prestou depoimento por cinco horas na sede da Polícia Federal, em Brasília. As investigações conduzidas pela corporação estão em fase final, e o inquérito sugere que Jair Renan teria utilizado a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia para aproximar a mineradora Gramazini Granitos e a Mármores Thomazini do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Em troca da articulação, o filho do presidente teria ganhado um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil. Um mês após ele ter recebido o veículo, os empresários que fizeram o repasse do automóvel se reuniram com Marinho. O encontro teria sido agendado por um assessor da Presidência.
"Eu acho que isso é fácil de provar. É só consultar no Detran, e a lavagem, conta bancária", destacou Bolsonaro no encontro com os pastores.
Na ocasião do depoimento de Jair Renan, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou que o cliente é vítima de "fake news" propagada por pessoas que querem prejudicar o Executivo.
"A Polícia Federal já apurou que todas as acusações são falsas. Ele afirmou que abre mão do seu sigilo. Ele abre mão do seu sigilo fiscal e bancário. Não tem que se falar em tráfico de influência ou lavagem de dinheiro", disse Wassef.
O advogado afirmou que Jair Renan chegou a ir ao Espírito Santo, estado onde fica a sede de uma das empresas que 04 teria favorecido, mas que a viagem ocorreu a convite de um amigo, em meio a trabalhos de influenciador digital do filho de Bolsonaro.
"Ele tem meio milhão de seguidores nas redes sociais. Ele faz trabalhos, e as pessoas querem se aproximar dele para fazer campanhas", alegou o advogado. Jair Renan ficou calado, ao lado de Wassef, e não respondeu às perguntas da imprensa.
Mais cedo, no encontro com pastores, o presidente destacou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e sua família também são alvo de "pancada" da mídia. "Até a avó dela [aponta para Michelle, ao lado] foi esculachada pela mídia. Ela teve um passado em que foi presa, vendendo droga na rodoviária. Eu nem sabia disso. Fiquei sabendo pela mídia, mas quem apanha sou eu, ela e todo mundo", disse.
R7
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