A Europa poderá registrar 236 mil mortos adicionais pela pandemia da Covid-19 até 1º de dezembro, afirmou o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, nesta segunda-feira (30). A entidade manifestou preocupação com a diminuição do ritmo de vacinação.
"Na semana passada, o número de mortos na região aumentou 11%, com uma projeção confiável que prevê 236 mil mortos na Europa até 1º de dezembro", disse Kluge. Até agora, morreu 1,3 milhão de pessoas no continente, .
Os países da região registraram taxas mais elevadas de infecção desde o surgimento da variante delta, mais contagiosa principalmente entre pessoas não vacinadas.
Dos 53 Estados-membros da região, 33 relataram um aumento de mais de 10% na incidência de casos em duas semanas, disse ele. Nesse mesmo período, a taxa de vacinação se desacelerou.
Além da maior transmissibilidade da variante delta, o "relaxamento excessivo" das restrições e viagens de verão determinaram parte desse aumento.
Nas últimas seis semanas, o ritmo de vacinação caiu 14%, devido à falta de acesso às doses em alguns países, e a uma falta de aceitação das vacinas, em outros, afirmou Kluge, que pediu que se aumente a capacidade de produção dos imunizantes e sua distribuição.
Embora cerca de 75% dos profissionais de saúde na Europa como um todo estejam vacinados, em alguns países da região este percentual é de apenas 10%, de acordo com a OMS.
Nos países europeus de baixa e média renda, apenas 6% de seus habitantes estão totalmente imunizados, alertou, lembrando que a OMS recomendou 80% de cobertura para virar a página da pandemia.
Segundo dados dessa agência, em oito meses, em torno de 850 milhões de doses foram administradas na região, que se estende até a Ásia Central.
Grandes disparidades
Pelo menos 413,26 milhões de pessoas estão totalmente vacinadas (44,2% do total), de acordo com a contagem da agência de notícias AFP nesta segunda-feira.
Pelo menos 216,3 milhões de pessoas adoeceram de covid-19 em todo o mundo, e cerca de 4,5 milhões morreram desde dezembro de 2019.
Terceira dose
Quanto a uma terceira dose, a OMS solicitou um prazo para permitir que os países pobres se abasteçam com vacinas.
"Uma terceira dose pode ser necessária no futuro para grupos populacionais e/ou ambientes específicos. No entanto, são necessários mais dados sobre o momento e a dosagem ideais do reforço, que podem diferir dependendo da vacina", disse um porta-voz da OMS Europa.
Para Kluge "é fundamental que a população aceite ser vacinada", até porque as medidas de saúde pública e sociais foram flexibilizadas em vários locais.
"O ceticismo em relação às vacinas e a negação à ciência impedem a estabilização dessa crise, não ajudam a ninguém", acrescentou.
No início do ano letivo, os Estados-membros devem desenvolver uma estratégia de vacinação para manter o ensino presencial, que é considerado vital.
Deveria ser proposta "a vacina contra Covid-19 a professores e funcionários de escolas no âmbito dos planos nacionais de imunização", disseram a OMS e a Unicef Europa em um comunicado nesta segunda-feira.
Na Europa, há grandes disparidades nas restrições. Na França, por exemplo, a necessidade do passaporte de saúde foi estendida nesta segunda-feira a 1,8 milhão de trabalhadores em contato com o público, seja em restaurantes, cinemas, museus ou ferrovias. Até agora era obrigatório apenas para clientes.
France Presse
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