Setembro 29, 2024

Sobe para 124 número de praias atingidas por manchas de óleo; contaminação chega à Bahia

Já são 124 praias atingidas por manchas de óleo no Nordeste, segundo o último balanço do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), publicado na manhã desta quinta-feira (3). Oficialmente, 59 municípios foram afetados em 8 estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Apesar de não constar no balanço oficial do Ibama, a Bahia também foi afetada. O estado era o único do Nordeste que não tinha registros do problema até então. Nesta quinta, as manchas de óleo chegaram ao litoral norte do estado, segundo o Projeto Tamar, que atua na preservação de espécies marinhas em extinção na região. Ao fim da manhã, Ibama e Marinha também confirmaram a contaminação, que deve ser incluída no próximo balanço oficial do governo federal.

De acordo com o biólogo João Arthur há ao menos dois pontos de contaminação no estado: Mangue Seco, na cidade de Jandaíra; e Siribinha, no município de Conde. O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia informou que técnicos estão a caminho do local.

Segundo o relatório do Ibama, o maior aumento foi no estado de Sergipe: no último balanço, apenas 4 praias no estado haviam sido atingidas. Agora, já são 10.

Dentre as 124 praias afetadas em todo o Nordeste desde o início de setembro, 10 estão em processo de limpeza, 70 ainda tem manchas visíveis e 44 já estão livres da substância na areia.

Pelo menos 12 animais foram atingidos pelo óleo – nove tartarugas e uma ave foram encontradas mortas ou morreram após o resgate.

Uma investigação do Ibama aponta que as manchas são de petróleo puro e que todas as amostras têm a mesma origem, mas ainda não é possível afirmar de onde ele veio. Em nota, a Petrobras afirma que o material não é produzido pela companhia.

A suspeita é que o petróleo tenha vindo de navios que passam pela região, segundo a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), que está analisando imagens de satélite da costa. A pesquisa, no entanto, ainda está em estágio inicial.

As manchas começaram a aparecer no início de setembro. Até quinta-feira (26), eram 99 localidades atingidas. Na sexta (27), o número subiu para 109. No domingo (29), chegou a 113 e na terça-feira (1) foi para 115. Agora, já são 124 praias afetadas.

Confira quantos locais foram atingidos em cada estado:

  • Alagoas: 13 locais
  • Ceará: 10 locais
  • Maranhão: 11 locais
  • Paraíba: 16 locais
  • Pernambuco: 19 locais
  • Piauí: 2 locais
  • Rio Grande do Norte: 43 locais
  • Sergipe: 10 locais
  • Bahia: 2 locais (dado do Projeto Tamar, estado ainda não consta em levantamento do Ibama)

A lista completa de municípios e praias atingidos está disponível no site do Ibama.

Origem da substância
Na terça-feira (1) uma reunião foi realizada no Recife com representantes de seis dos nove estados nordestinos para discutir estratégias para diminuir os impactos das manchas de óleo. A Bahia foi o único estado da região que não foi afetado.

Na reunião, os estados decidiram protocolar, em conjunto, uma denúncia sobre o caso, a ser enviada à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

Nesta quarta-feira (2) a Polícia Federal do Rio Grande do Norte comunicou que um inquérito foi instaurado para investigar a origem das manchas. A apuração sobre a possibilidade da ocorrência de dano ambiental começou no mês passado.

O trabalho envolve analisar imagens de satélite que abrangem 187 quilômetros do litoral dos estados de Pernambuco e Paraíba. Segundo Elvino, ainda não é possível apontar quais navios podem ser responsáveis pela tragédia ambiental porque a análise está em estágio inicial.

"Com essa varredura das imagens de satélite a gente identificou os pontos no mapa que podem ser navios, e aí estamos analisando a existência de pontos pigmentados ao lado desses possíveis navios. Esses pontos coloridos podem ser realmente manchas de óleo, mas também podem ser cardumes de peixe ou concentrações de alga, por exemplo. São várias possibilidades", explica Elvino.

Segundo o coordenador do sindicato dos trabalhadores na indústria do petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB), Rogério Almeida, a prática é proibida, mas ainda é realizada.

"É um óleo grosso, quase um piche. Pode ser rejeito de um navio após a limpeza dos tanques. Muitos navios continuam fazendo isso e deve ter caído em uma corrente marítima", disse Almeida.

De acordo com Elvino, com a identificação das correntes marinhas, "existe a possibilidade de identificar o navio que fez a referida rota" e tentar rastrear se "o piche encontrado nas praias faz parte do combustível dos navios". Segundo o analista, pela legislação, o produto deve ser descartado nos portos, onde empresas especializadas recolhem o material.

G1
Portal Santo André em Foco

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